O projeto AABB Comunidade Casa Azul Brasília comemorou um ano de atividades nesta quinta-feira (4/10). A iniciativa atende 150 crianças e adolescentes em situação de risco e vulnerabilidade social. Os jovens são habitantes das comunidades da Vila Telebrasília e São Sebastião e, graças ao projeto, têm acesso a cultura, esporte, tecnologia, formação profissional e inserção no mercado de trabalho. Os beneficiários são atendidos por equipe multidisciplinar composta por pedagogos, assistentes sociais, psicólogos e educadores com diferentes formações. Os participantes, que atendem aos quesitos de vulnerabiliade, são encaminhados ao projeto pelos Centros de Referência e Assistência Social do Distrito Federal (CRAS).
O projeto é fruto de parceria entre a Organização não Governamental (ONG) Casa Azul Felipe Augusto, a Fundação Banco do Brasil, a Federação Nacional das AABB;s (Fenabb), a Associação Atlética Banco do Brasil (AABB) e a Secretaria de Estado do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos (SEDESTMIDH).
Adriana Nunes, uma das coordenadoras da Casa Azul, conta que o projeto nasceu de um convite para a Casa Azul fazer a gestão da parceria. "Esse interesse surgiu a partir de 2015 e, em agosto de 2017, a gente fez a inauguração do projeto. É um projeto contraturno escolar, onde a criança, necessariamente, está um período na escola e, no outro período, ela vem fazer o projeto", diz. "É uma iniciativa que realmente tem a intenção de tirar as crianças da rua e fazer uma mudança, uma transformação de vida.; Adriana explica ainda que valores humanos, de cidadania e de formação da criança e do adolescente guiam o projeto. ;E temos também a parte intergeracional, que trabalha a preparação dos adolescentes para o mercado de trabalho com encaminhamento para o Jovem Aprendiz.;
A cerimônia de comemoração ocorreu no Clube da AABB e teve início às 17h, no Salão Social. Durante a celebração, as crianças participantes puderam mostrar seu talento e colocar em prática todos os números que praticaram para comemorar o aniversário do projeto.
Entre balões, bonecas, brinquedos e apresentações de dança cheias de referências, como o aclamado jogo de videogame Mário Kart, e a animação infantil A Bela e a Fera, os pequenos mostraram com alegria a essência do que é ser criança.
Embalados por cantigas de infância como Aquarela, do cantor e compositor Toquinho, Marinheiro só e Lua de cristal (Xuxa), eles emocionaram a plateia, que admirava com presteza os números. Além das apresentações, os artistas interagiram com quem os assistia e realizaram brincadeiras em que convidados da plateia subiram ao palco para participação em número de mágica do palhaço Dr.Simpatia.
Houve ainda apresentações de música com flautas, trompetes e tambores, todos tocados pelos pequenos, que encerraram o evento com um grande ;parabéns; cantado em homenagem ao aniversário de projeto.
A fundadora da Casa Azul, Daise Lourenço, conta que, em 29 anos de caminhada, a instituição ajudou a transformar muitas vidas. ;Eles vêm felizes pra cá. Aqui não é reforço escolar, é uma parte do dia deles, eles podem se expressar e ter outras experiências de vida, socialização e conhecimento;, aponta. ;Essas experiências que vivem no dia a dia são muito importantes, até mesmo pra escola.; Daise explica ainda que o projeto tem um poder transformador. ;Às vezes, ao transformar uma criança, você transforma uma família; e quando transforma uma família, transforma uma comunidade. Acreditando e vendo o sucesso daquela criança, daquele adolescente, outros também vão passar a acreditar em si mesmos. Acreditar e ter fé: é isso que guia nossos sonhos. O principal objetivo aqui é desenvolver as potencialidades dessas crianças. Quem sabe daqui não sairão músicos, bailarinos, cantores?;
Gabriela da Fonseca, 11 anos, é uma das crianças participantes. Ela apresentou vários números de dança no aniversário e sempre quis ser bailarina. Foi a mãe quem inscreveu a menina no AABB Comunidade. ;Eu fiquei bastante ansiosa quando ela me contou. Gosto muito de participar daqui, fiz vários amigos;, garante Gabriela.
Durante as comemorações do aniversário, Vanessa Lisboa, 18 anos, cantou sozinha a música Nunca deixe de sonhar, do grupo Rouge. A canção fala sobre sonhos e Vanessa diz ter ficado bastante nervosa durante a apresentação. Moradora de São Sebastião, ela reconhece no projeto um lugar para experimentar coisas novas. ;Aqui a gente faz coisas que não vamos encontrar em qualquer ambiente. É muito importante termos isso porque são várias crianças com pouca condição e que não vão ter acesso a essas atividades em outro lugar.;
Matheus da Silva Gomes, 15 anos, se destacou nos números de dança. Ele reconhece que sentiu vergonha no começo, mas ganhou confiança conforme foi se apresentando. ;Eu senti muita vergonha mas, depois que você vai pegando o embalo, fica fácil.; Matheus, que já tem uma experiência maior com dança, ajudava as outras crianças que não conseguiam pegar os passos passados pelo professor e coreógrafo. Além de dançar, o menino faz natação, hip-hop, percussão, informática e estuda noções básicas de administração.
Estagiária sob a supervisão de Nahima Maciel