Segundo informações do Centro Integrado de Operação de Brasília (Ciob), a comitiva sairá do Memorial JK pela via S1 até o Palácio do Planalto. Depois, passará pela L4 Sul, no sentido Sul. No fim da via, na altura da Embaixada do Iraque e próximo à Unieuro, o cortejo entrará na Estrada Setor Policial Militar, por onde seguirá até o acesso para o cemitério, nos arredores do Setor Hospitalar Sul. Policiais militares acompanharão todo o trajeto em carros e motocicletas.
Entre as 23h de ontem e as 6h de hoje, cerca de 600 pessoas passaram pelo Memorial JK, segundo a segurança do local. O caixão com o corpo de Roriz permaneceu no hall do museu, ao lado do escritório de Sarah Kubitschek e da biblioteca de Juscelino. Pouco antes da meia-noite, a movimentação ainda era grande, com fila de espera alcançando a área externa.
Muitos aproveitaram o horário da saída do trabalho para dar adeus ao ex-governador. O esquema de entrada se manteve restrito a grupos de cinco a dez pessoas. Ao lado do caixão do pai até a manhã de hoje, Jaqueline Roriz recebeu alguns visitantes e chegou a consolar os mais emocionados.
Funcionários da empresa Piracicabana aproveitaram o fim do expediente para prestar as últimas homenagens a Roriz. Eles chegaram ao Memorial JK por volta de 1h30. ;Ele foi o melhor governador desta cidade. Nunca mais teremos um homem igual a ele;, disse o motorista Wenderson dos Santos Silva, 33 anos. Morador de Ceilândia Sul, o rodoviário relembrou o trabalho do ex-governador. ;Ele sempre pensou na gente e melhorou muito nosso trabalho. É um homem que fará muita falta;, lamentou.
Joaquim Roriz morreu nesta quinta-feira (27/9), em Brasília, aos 82 anos, em decorrência do agravamento de uma infecção pulmonar. O político passou os últimos momentos de vida ao lado das três filhas e da mulher, Weslian Roriz. Ele estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Brasília desde 24 de agosto. Na quarta-feira (26/9), o estado de saúde de Roriz se tornou crítico e ele não resistiu. Além de companheira e das filhas ; Wesliane, Jaqueline e Liliane ;, ele deixa quatro netos e um bisneto.
Lembranças e homenagens
O esquema de segurança dentro e fora do museu se manteve durante a noite. Equipes da Polícia Militar e do Departamento de Trânsito (Detran) permaneceram na área para garantir a segurança do velório. Por volta das 2h, o número de admiradores e conhecidos que compareceram ao museu diminuiu, mas um grupo de aproximadamente 20 pessoas seguiu no velório até o amanhecer. Comovidas, elas rezaram e lembraram os feitos do ex-governador ao longo dos quatro mandatos exercidos.
Mais cedo, o ex-vice-governador do DF Tadeu Filippelli aproveitou a passagem para manifestar o carinho que sente pelo mentor. "(Roriz) Foi um professor, líder e mestre que tinha uma forma simples de fazer governos, mas com pleno domínio de tudo. (Ele tinha) Uma visão do aspecto social e de administração pública fantástica", disse o político. Candidato a deputado federal do DF pelo MDB, o engenheiro faz referência a Roriz inclusive nas campanhas eleitorais. Segundo Filippelli, ;perdas na política normalmente são insubstituíveis, mas a de Roriz fez história;.
Para o auxiliar administrativo Francisco Barbosa, 51, o diferencial de Roriz estava na preocupação com os mais pobres. Morador do Recanto das Emas, ele chegou ao Memorial JK por volta das 17h e pretendia voltar para casa só depois do sepultamento do político. ;Tenho uma história com o Roriz. Acompanhei o trabalho dele nas quatro campanhas como um tipo de agitador. Eu sempre estava junto com ele. O Joaquim olhava nos olhos das pessoas, sempre se preocupava com as mais humildes;, contou Francisco.
A auxiliar de serviços gerais Silvia Nunes, 64, também decidiu acompanhar o velório e o enterro ao lado do ex-governador. Ela contou que, em Ceilândia, cidade onde mora, o goiano é conhecido como ;Pai Roriz; e que conseguiu um emprego graças ao político. ;Ele foi muito bom. Transformou a vida de milhares de pessoas. Eu chorei muito. É triste perder alguém que fez tanto pelo Distrito Federal;, lamentou.