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Maioria dos candidatos ao Buriti acredita que números de pesquisa mudarão

Concorrentes ao Palácio do Buriti comentaram o levantamento do Instituto Opinião Política, encomendado pelo Correio, durante compromissos de campanha. Para a maioria, números ainda podem mudar até 7 de outubro


Entre promessas e pedidos de votos, os candidatos ao Palácio do Buriti comentaram ontem os números da pesquisa do Instituto Opinião Política, encomendada pelo Correio Braziliense. O levantamento, publicado ontem pelo jornal, revelou que a disputa para chegar ao cargo de governador do Distrito Federal permanece apertada. Por isso, a maioria dos candidatos avalia que é possível haver alterações nos índices e que o melhor é aguardar pelo resultado das urnas, em 7 de outubro.

A candidata do Pros, Eliana Pedrosa, segue na liderança. Ela, no entanto, oscilou de 19,1% para 17% nos levantamentos divulgados, respectivamente, em 12 de setembro e ontem. O advogado Ibaneis Rocha subiu para a segunda colocação, com 16,1% das intenções de voto. Em terceiro, Alberto Fraga (DEM) aparece com 13,5%, seguido por Rodrigo Rollemberg (PSB), com 10,5%. Rogério Rosso (PSD) está na quinta colocação, com 8,4% (veja Levantamento).

Por meio da assessoria de Comunicação, Eliana Pedrosa afirmou que ;manterá o cronograma usual de campanha;. ;Oscilações em levantamentos são naturais. Não baseamos as nossas estratégias em pesquisas, a não ser as contratadas pela equipe;, declarou. A candidata não teve agenda pública ontem.
O ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no DF (OAB/DF) Ibaneis Rocha comemorou de maneira comedida os resultados. Para o candidato do MDB, é precipitado acreditar que os números serão necessariamente confirmados nas urnas. ;Recebo essa notícia com muita humildade e agradeço bastante à população do DF que reconhece o meu trabalho, mas pesquisa não ganha eleição. Daqui para a frente, temos muito a percorrer para chegar ao Palácio do Buriti;, disse. Ibaneis reuniu-se ontem com lojistas da Feira dos Importados e comprometeu-se a criar uma linha de ;crédito social; do BRB para que empresários tenham apoio.

Reclamação

Incomodado com a recente condenação judicial e a queda de posição do segundo para o terceiro lugar nas duas últimas pesquisas, Alberto Fraga atacou o Correio durante comício no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA). Em meio às críticas, mencionou a capa do jornal de segunda-feira, a qual estampou a decisão judicial que o condenou a quatro anos e dois meses de prisão em regime semiaberto por concussão ; exigência de vantagem indevida em razão do cargo ocupado. Conforme as investigações, o democrata cobrou R$ 350 mil em propina para assinar contratos de adesão entre o GDF e uma cooperativa de micro-ônibus em 2008, à época em que comandava a Secretaria de Transporte, na gestão de José Roberto Arruda (PR). Fraga também alfinetou a Justiça: ;Alguém que me condenou, eu tenho certeza, que não está dormindo com a cabeça no travesseiro sossegado;.

A capa desaprovada por Fraga ainda mostrou a condenação de Arruda a 7 anos e 6 meses de reclusão em regime fechado pelos crimes de falsidade ideológica e tentativa de comprar uma testemunha para atrapalhar as investigações da Operação Caixa de Pandora. O ex-governador foi o responsável pela articulação da candidatura do democrata e o acompanhou no comício no SIA. Em relação à pesquisa, na qual perdeu a segunda colocação para Ibaneis Rocha (MDB), o deputado federal disse que prefere acreditar na recepção dos eleitores nas atividades de campanha. ;É nessa pesquisa que acredito. Se eu estivesse sendo vaiado nas ruas, xingado; Mas isso não tem acontecido;, comentou.
Apesar de oscilar quase 2% para baixo no levantamento atual em relação ao anterior, o governador Rollemberg afirmou que não mudará a estratégia de campanha. Ele acredita que o cenário está indefinido. Em visita ao comércio do Gama, o socialista aproveitou para criticar adversários. ;A cada dia que passa fica muito claro aquilo que a gente vem mostrando para a população, a nossa diferença. Nós temos um conjunto de candidatos que representam um passado de corrupção, que trouxeram muitos prejuízos a Brasília e que envergonharam a nossa cidade;, declarou.

Quinto colocado no levantamento, Rosso afirmou ter ;a impressão de que a maior desmoralização da história de alguns institutos de pesquisa acontecerá no dia da eleição, quando os resultados saírem;. ;A população é inteligente e não se deixará induzir por pesquisas que, na minha opinião, não refletem, em nenhuma hipótese, a realidade das ruas;, disse. Em caminhada na Feira dos Goianos, em Taguatinga, Rosso conversou com comerciantes. ;Estava pensando em votar no senhor, mas vi que está lá atrás nas pesquisas;, disse um eleitor.

Velha política

Alexandre Guerra (Novo) avalia que é preciso ser mais conhecido pela população para alcançar índices melhores. Ele destacou, no entanto, que se sai bem entre os que o conhecem, segundo pesquisas internas. ;A gente ainda tem um nível de desconhecimento alto, mas estamos crescendo para a nossa mensagem chegar mais longe;, ressaltou. Guerra visitou a Feira dos Importados de Taguatinga e uma faculdade da região.

Para o petista Júlio Miragaya, a margem de erro ; de três pontos percentuais para mais ou para menos ; dificulta avaliar como a candidatura dele está situada. ;A gente prefere aguardar. Essas duas últimas semanas são o momento em que a população se interessa mais e começa a definir o voto de fato;, analisou. Ontem, Miragaya encontrou rodoviários no terminal do Paranoá.
O candidato do PRP Paulo Chagas atribui o crescimento ao trabalho nas ruas. O candidato ao Buriti saiu de 1,8%, em agosto, para 3,6%, agora. O general da reserva, no entanto, critica as regras eleitorais em vigor, que, para ele, atrapalham concorrentes com pouca experiência na política. ;Os grandes partidos, além de terem candidatos conhecidos, contam com mais recursos.; Ele dedicou o dia a reunião com militares da reserva e funcionários de uma empresa privada.

A professora da Universidade de Brasília (UnB) Fátima Sousa (PSol) afirmou que, para contornar a queda nas intenções de voto, de 2,9% para 1,6%, intensificará a campanha a fim de conquistar os indecisos, além daqueles que pretendem votar em branco ou nulo, que somam 21,1% na pesquisa estimulada. ;Até o último dia, tentaremos convencer a população. Brasília não pode perder mais quatro anos. Não temos a ilusão de que vamos resolver todos os problemas da velha política, mas plantaremos sementes, com uma nova gestão e projetos viáveis;, argumentou.

Na visão do bancário Renan Rosa (PCO), a queda de 0,8% para 0,2% deve-se à decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de suspender as candidaturas da legenda. ;Entramos com recursos, porque a situação foi uma aberração. Em nova posição da Justiça, conquistamos o direito de voltar a usar os recursos do fundo eleitoral e a veicular as propagandas. Vamos continuar o nosso trabalho pela cidade e em defesa do ex-presidente Lula;, disse. Contatado pelo Correio, o professor da rede pública Antônio Guillen (PSTU) não retornou as ligações.

Levantamento

Números da pesquisa estimulada

  • Eliana Pedrosa (Pros): 17%

  • Ibaneis Rocha (MDB): 16,1%

  • Alberto Fraga (DEM): 13,5%

  • Rodrigo Rollemberg (PSB): 10,5%

  • Rogério Rosso (PSD): 8,4%

  • Alexandre Guerra (Novo): 4,0%

  • Júlio Miragaya (PT): 3,9%

  • Paulo Chagas (PRP): 3,6%

  • Fátima Sousa (PSol): 1,6%

  • Renan Rosa (PCO): 0,2%

  • Antônio Guillen (PSTU): 0,1%