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As eleições estão chegando. Por mera coincidência, o pleito acontece no mesmo mês em que é comemorado o Dia das Crianças. Mesmo que não haja nenhuma relação entre as datas, há, sim, uma forte ligação entre a política e a infância. Embora não votem, as pessoas com menos de 14 anos representam 18,77% da população do Distrito Federal, de acordo com a Companhia de Planejamento do DF (Codeplan). E os candidatos eleitos precisarão governar também para elas. Mais do que isso, as ações dos governantes terão reflexo direto no futuro dos pequenos. Pensando nisso, o Correio foi à Rodoviária do Plano Piloto para ouvir o que os eles esperam para a capital federal nos próximos anos.
Oito crianças conversaram com a reportagem: Kalebe do Carmo Silva tem 4 anos e mora em Santa Maria; Isabella Lima da Silva, de 8, mora em Valparaíso (GO), no Entorno do DF; Ítalo Salomão da Silva Santos tem 5 e é morador do Guará; Manuel Laureano da Conceição, de 4, mora na Asa Sul; Maria Eduarda do Vale tem 9 e, assim como Fábio Roberto Pereira, 5, mora no Setor Habitacional Jardins Mangueiral, em São Sebastião; Mariel Fanhong,11, e também mora em São Sebastião; já Mikael da Silva Quaresma, de 8, mora no Setor de Chácaras da Vila Planalto.
Entre diversos pedidos ingênuos, um foi feito por quase todas as crianças ouvidas: mais parquinhos específicos para suas faixas etárias. Atualmente, o DF tem 72 parques sob gestão do Instituto Brasília Ambiental (Ibram), divididos em 26 das 31 regiões administrativas. Dessas unidades, apenas 35 ; incluindo o Parque da Cidade e o Taguaparque ; estão, segundo o Ibram, em condições de receber os pequenos visitantes que buscam espaço para realizar atividades físicas, de lazer ou simplesmente contemplação da natureza. A boa notícia é que, pelas propostas de governo registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), todos os candidatos ; ainda que alguns não utilizem exatamente a palavra parque ; falam em revitalizar ou criar novas áreas de lazer no DF.
Mesmo que ainda tão jovens, as crianças também mostraram-se preocupadas com a segurança pública. Três deles ; Kalebe, Fábio e Mikael ; revelaram o desejo de se tornar policiais no futuro. ;Quando tiver ladrão, eu prendo;, enfatizou Fábio. Manuel foi além e disse querer se tornar o super-herói Batman. ;Pode ser o Super-Homem, se quiser;, pontuou o pequeno.
Veículos voadores
Nas projeções feitas pelas crianças, foi possível perceber um otimismo no setor da construção civil que, de fato, vem se recuperando após vários anos de crise econômica. Todas imaginam Brasília com muitos prédios no futuro. Algumas arriscam até veículos voadores. Houve ainda uma certa preocupação com a cultura. Isabella quer ser cantora e se apresentar no Eixo Monumental. Porém, o principal espaço da cidade, o Teatro Nacional, está fechado desde 2014.
Por fim, percebe-se nas respostas uma imensa dose de altruísmo e humanidade nos pequenos ; coisas que, certamente, andam em falta entre os adultos. Mariel pede rodoviárias mais limpas e que as pessoas em situação de rua que habitam o terminal do Plano Piloto ;achassem uma casa;. Maria Eduarda, por sua vez, pede que ;o mundo pare de ser tão mau com as crianças;. Provas de que há muita sabedoria na inocência da infância.