Muita gente reunida, vendedores competindo para atrair o freguês, bancas cheias de novidades, sacolas nas mãos... É assim uma feira, seja de roupas, de verduras ou de artesanatos. O Distrito Federal possui 65 pontos desse tipo ; entre mercados livres, permanentes e de shopping. Algumas mais tradicionais que outras, mas todas com grande diversidade. Entre bancas e barracas, atuam 15 mil feirantes, cerca 6 mil homens e 9 mil mulheres.
Sozinhos ou com a família e amigos, os clientes costumam frequentar esses espaços todas as semanas, principalmente os que vendem frutas, verduras, carnes e outras comidas fresquinhas. Além disso, é possível encontrar roupas, brinquedos e produtos feitos à mão. No fim, para completar o passeio, ainda tem o tradicional pastel com caldo de cana.
As feiras são também espaços de convivência e interação social. Muitas histórias circulam pelos corredores. A Central Flores, por exemplo, é local certo para clientes que desejam comprar decorações de eventos, como é o caso de Kassia Roberta Cyriaco, 28 anos, que vai ao local quando organiza festas. ;O preço é mais barato que nos outros locais e tem muitas opções, sempre que consigo, dou um pulinho aqui para ver as novidades;, comenta. Tem também quem procura comprar um agrado para os amigos e para enfeitar a casa, como a aposentada Lúcia Miranda Brito, 73 anos. Vai ao local no mínimo uma vez por mês. ;Venho sempre, gosto de comprar plantas, flores e mudas, para minha casa e amigos;, comenta.
;A feira pra mim é tudo;. É assim que Jandira de Lourdes Andrade, 70 anos, define o local em que trabalha. Feirante desde 1968, ela montou a própria banca no Núcleo Bandeirante e lembra emocionada do início difícil. ;Eu tinha dois filhos e meu marido, que era muito doente, tinha perdido o emprego. Começamos comprando as balanças a prestação; relembra.
Delícias Mineiras
Natural de Caratinga (MG), o feirante Sebastião José de Melo, mais conhecido como Tininho, 61 anos, chegou a Brasília na década de 1970. Ele trabalha há 26 anos na Feira de Samambaia, na QN 202, onde vende de castanhas a biscoitos. Como um bom mineiro, comercializa o queijo fresco vindo do estado natal.
Ele conta que sua rotina diária é corrida. ;Levanto, geralmente, às 5h da manhã, 7h estou aqui na feira e fico até as 18h. A loja fica aberta, eu saio para fazer compras, vendo, atendo, faço o que precisar;, afirma Tininho. Ele lembra o início precário da feira, em 1989. ;Isso aqui era um Deus nos acuda, muita poeira e muita lama. Não tínhamos a loja, era só com a barraca;, comenta. Com o passar do tempo, a feira se tornou permanente, melhorou a estrutura e acumulou clientes fiéis. ;A feira bomba no fim de semana, cheia de gente trazendo alegria;, finalizou Sebastião com um sorriso no rosto.
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*Estagiárias sob supervisão de José Carlos Vieira