O casal de namorados, um homem de 22 anos e uma mulher de 20, vendiam as drogas juntos. Ele é morador do Guará 1 e ela, de Vicente Pires. Ambos são estudantes de engenharia em uma faculdade particular. Os jovens foram autuados em flagrante por tráfico de drogas. O coordenador de repressão às drogas, Luiz Henrique Sampaio, explica que a dupla se enquadra no novo perfil de traficantes de classe média e média alta, que atuam em festas eletrônicas da capital.
Para identificar a atuação desses bandidos, os agentes da Cord estão utilizando a técnica de infiltração. Para chegar até o casal de traficantes, foi feito o contato com outros quatro criminosos, que também acabaram presos. Todo o trabalho de investigação durou cerca de duas semanas. A Polícia Civil não soube especificar o tempo de atuação da dupla.
;O que percebemos é que se estabelece uma rede de tráfico de drogas elitizada, a qual visa um público específico, que são pessoas poder aquisitivo alto. Os usuários são pessoas que não querem ir até as bocas convencionais. Eles estão dispostos a pagar a mais pela facilidade de aquisição da droga. Consequentemente, os traficantes surgem dessa mesma classe social;, delimita o coordenador Sampaio.
Luiz Henrique analisa que o perfil desses traficantes é parecido. ;São pessoas estudadas, que cursam ou cursaram a faculdade. São jovens que, em maior parte, não apresentam perfil violento. Portanto, o trabalho de infiltração não oferece risco ao agente, que recebe treinamento e uma rede de apoio para a atuação nesse tipo de trabalho;, destaca.
Adaptação
A infiltração dos policiais é uma nova técnica usada pelos agentes da Cord. A ação ocorre porque esses traficantes realizam as vendas discretamente, atuando em meio aos grupos sociais os quais estão inseridos. O contato com o usuário é mantido por meio do uso de aplicativos de comunicação, que dificultam o monitoramento diário dos policiais.
;Estamos diante de uma proliferação desse tipo de traficante nas festas eletrônicas. Esses locais têm sido palco para o comércio intenso de drogas sintéticas. As mais comuns são ecstasy, haxixe e skunk. Por isso, treinamos os agentes para se infiltrar nesse meio e buscar uma aproximação com o traficante, criando um falso laço de amizade. Desse modo, coletamos provas da ação criminosa e articulamos situações de flagrante como essa;, esclarece.