, Paulo Brás de Oliveira Júnior, 23 anos, assaltou um militar das Forças Armadas que chegava em casa, na 711 Sul. O crime aconteceu às 16h49 de sexta-feira, no saidão do Dia dos Pais. Fardado, o tenente foi rendido ao descer do veículo. Primeiro, o ladrão pediu que a vítima entregasse a pistola, mas ela não estava armada. Paulo, então, levou o relógio e fugiu na mesma moto usada para cometer os crimes de sábado. O morador da Asa Sul confirmou as características do acusado na 1; Delegacia de Polícia (Asa Sul), na tarde de ontem.
Imagens obtidas pelo Correio mostram o militar estacionando o carro, um Karmann Ghia, próximo de casa, às 16h48 de sexta-feira. Paulo passa por ele de moto e para mais à frente. Em menos de um minuto, ele volta a pé com a arma em punho. ;Ele me confundiu com um policial militar e me pediu a arma. Expliquei que era das Forças Armadas, mas não estava com nada. Aí, ele exigiu que eu entregasse o relógio, mas, como estava nervoso, não conseguiu tirar, e eu entreguei;, explicou a vítima, de 43 anos. O homem contou que o ladrão também exigiu o celular, mas desistiu. ;Eu disse: ;Poxa, você vai mesmo levar o meu celular?; E ele mandou que eu fosse embora. Por sorte, não aconteceu nada, porque a arma era verdadeira;, disse.
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[SAIBAMAIS]Paulo deixou o Centro de Progressão Penitenciária (CPP) na manhã de sexta-feira para o saidão do Dia dos Pais. Ele teria de retornar até as 10h de segunda-feira, mas, no fim da tarde de sábado, roubou o relógio de uma mulher na 505 Sul, sequestrou outra vítima, de 62 anos, que estava com o sobrinho de 6, e fugiu no carro dela, uma Mitsubishi Pajero TR4. PMs iniciaram uma perseguição pelo Eixão Sul até que, na altura do Viaduto Camargo Corrêa, o criminoso fez uma manobra brusca e colidiu com uma Kombi.
O veículo tombou, invadiu a pista contrária e bateu de frente com um EcoSport. No veículo, Manoel José de Sá, 73, e mais quatro pessoas. Na Kombi, seguiam Gizelda da Silva Mota, 39, e Márcio Barbosa de Oliveira, 53. Os três morreram na colisão. Manoel chegou a ser levado ao hospital, mas não resistiu. Ele será cremado, mas, até o fim da tarde de ontem, o corpo não tinha sido liberado pelo Instituto de Medicina Legal (IML).
O delegado adjunto da 1; DP (Asa Sul), João de Ataliba Neto, instaurou um inquérito para apurar o assalto ao militar na sexta-feira. ;Por esse caso, ele será indiciado por roubo à mão armada, mas ainda tem os dois roubos, o do Rolex (relógio) e o do carro no sábado, além de três homicídios culposos de trânsito e cinco lesões corporais de trânsito;, explicou. A polícia também apura a procedência da moto utilizada por Paulo. O chassi do veículo está raspado e passará por perícia.
Despedida
Familiares de Gizelda enterraram o corpo da diarista no Cemitério de Luziânia na manhã de ontem. A mulher havia feito uma faxina em uma casa da W3 Sul e pediu carona para Márcio. Ela seguiria até a Rodoviária do Entorno e, de lá, pegaria um ônibus para voltar para casa, no Jardim Ingá. O irmão dela, Reginaldo da Silva Mota, 46, contou que a irmã estava animada para preparar o bolo do Dia dos Pais. Domingo também foi aniversário do patriarca da família. ;Olha a surpresa que o meu pai teve no dia em que comemoraríamos o dia dele. Por que ele (Paulo) não cumpriu o que tinha de fazer? Foi solto para ficar com a família, mas destruiu outra;, lamentou o bombeiro hidráulico.
Gizelda deixou uma filha de 15 anos e uma de 1. No sepultamento da mãe, a adolescente passou mal, desmaiou e foi amparada pelos familiares. ;Só quero justiça. Se a minha irmã estivesse doente e morresse, era diferente. Agora, um marginal sai da cadeia e, em vez de ficar com o pai, vai roubar, matar e acabar com a família da gente. Depois, diz que está arrependido. Ele é muito frio. A revolta é muito grande;, desabafou Reginaldo.