Walder Galvão - Especial para o Correio
postado em 07/08/2018 09:52
Os agentes da 1; Delegacia de Polícia (Asa Sul) tentam descobrir como Carla Graziele Rodrigues Zandoná, 37 anos, caiu da janela do terceiro andar de um dos prédios da SQS 415, na Asa Sul. Após a queda, ela foi levada ao hospital pelo Corpo de Bombeiros, mas não resistiu e morreu.
A principal suspeita é a de que o marido dela, Jonas Zandoná, 44 anos, a tenha jogado do edifício. De acordo com a investigação, o casal tem histórico de violência doméstica, e Graziele havia denunciado Jonas duas vezes à polícia. Testemunhas informaram que as brigas entre os dois eram frequentes, com agressões físicas, injúrias e ameaças recíprocas.
O caso aconteceu na noite da segunda-feira (6/8). Uma testemunha, que passava pelo local, viu a queda de Graziele e interfonou no apartamento, perguntando se a mulher havia caído, mas Jonas desligou e se trancou no imóvel.
Também acionados, policiais militares chegaram ao imóvel e precisaram arrombar a porta, já que Jonas não a abria. Ainda segundo a Polícia Civil, o marido estava no apartamento no momento da queda e não desceu para prestar socorro. Ele apresentava sinais de embriaguez e afirmou não se lembrar do fato. Um idoso estava no apartamento, mas afirmou estar dormindo e não ter escutado nada.
De acordo com a Polícia Civil, "os policiais militares não preservaram o local do crime, fazendo buscas e espalhando roupas e objetos pelo apartamento", o que pode atrapalhar a perícia. A vítima não apresentava sinais de agressões, mas ainda passará por exame necroscópico para confirmar ou descartar a hipótese de agressão antes da queda. Os policiais constataram que Jonas estava com escoriações no braço direito.
Até o momento, os investigadores escutaram seis pessoas, além do autor. O suspeito afirmou não se lembrar como machucou os braços. Agora, os agentes aguardam os laudos do local, cadavérico e de exame de corpo e delito realizado em Jonas.
14 casos de feminicídio em 2018
Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP-DF), só no primeiro semestre de 2018 foram registrados 14 casos de feminicídio, contra 10 no mesmo período de 2017. O índice correspondeu a um aumento de 40%.
No domingo (5/8), Marília Jane de Sousa Silva, 58 anos, foi baleada pelo marido na casa onde os dois moravam, na quadra 405 do Recanto das Emas. Os dois teriam discutido e o homem atirou contra a esposa enquanto ela estava na cama. O suspeito de efetuar os disparos, Edilson Januária de Souto, 61, está foragido. A 27; Delagacia de Polícia (Recanto das Emas) investiga o caso.