Quase um ano após parte de um prédio em Vicente Pires ruir e matar um técnico de edificações, a estrutura foi implodida. Quem apertou o botão para a implosão foi o próprio dono do empreendimento que acompanha a ação. Três sirenes antecederam a operação: a primeira de 10 segundos às 10h57, a segunda mais longa às 10h58 e a última às 10h59 que determinou a implosão da estrutura.
Coordenadora de Riscos e Desastres da Defesa Civil, a tenente coronel Solange Ribeiro considerou a ação um sucesso. "O planejamento foi totalmente atingido. Era previsto sobrar alguma estrutura, porque a detonação não foi a envelopada, que é a tradicional, em razão das próprias condições do prédio. Mas foi uma missão cumprida", ressaltou.
[SAIBAMAIS]Ao todo, foram usados 25 quilos de dinamite instalados no primeiro e no terceiro andar. A empresa responsável pela detonação notificou 95 residências. Ao todo, trabalham na operação 117 agentes públicos, 10 órgãos e 38 viaturas das mais diversas instituições, como Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, CEB, Caesb, Defesa Civil.
A partir das 10h10, policiais, bombeiros e técnicos da Defesa Civil iniciaram uma conferência terrestre e aérea para certificar que todos os moradores próximos ao prédio tinham saído de suas casas.
Dono se defende
Muito emocionado, o proprietário do prédio Cristiano Alencar, 42 anos, chorou ao ver o prédio no chão. "Muita tristeza. É como se eu tivesse jogado dinheiro no lixo. Agora vou dar tempo ao tempo para ver se consigo fazer outro prédio e fica de lição o contrato da pessoa certa que tenha toda documentação e faça toda exigência", ressaltou.
Ele se defendeu. "Culpa minha eu sei que não é. Vamos deixar a investigação da polícia tomar as providências", disse o comerciante. O prédio seria comercial e abrigaria uma faculdade. Os custos da demolição ficou em R$ 320 mil. A construção chegou a R$ 2 milhões. "Agora é deixar a vida tocar", emocionou-se.
Com a operação, um cabo de energia ficou por um fio para ser rompido. A tenente coronel da Defesa Civil, no entanto, garantiu que não há riscos. "Ele não é um fio energizado, mas, sim, que dá proteção aos outros. Se houvesse um choque seria mecânico e não colocaria em risco as pessoas", disse.
A área só foi liberada às 12h. A ação foi custeada pelo proprietário do terreno. A Defesa Civil orientou a implosão do prédio em outubro do ano passado, após o acidente, mas a Justiça determinou a demolição em 26 de março deste ano.
Equipes do Departamento de Trânsito (Detran) fecharam as vias internas da cidade em um raio de 200 metros. A circulação de veículos ficou interrompida das 8h às 12h. Ficaram interditadas a primeira entrada do Taguaparque, próximo a lanchonete; e o acesso pela Colônia Agrícola Samambaia, próximo ao Subway. A rua Misericórdia, na chácara 146, lote 1, próximo à estação Furnas, também ficou interrompida para fluxo de veículos interditada.
As residências localizadas próximas ao prédio tiveram a energia elétrica desligada pela Companhia Energética de Brasília (CEB).