Desde janeiro deste ano, devido à implantação da Lei n; 5.610/2016, conhecida como Lei dos Grandes Geradores de Lixo, os comerciantes que produzirem mais de 120 litros de lixo por dia devem dar destinação própria aos próprios dejetos, que para de ser responsabilidade do Serviço de Limpeza Urbana (SLU). 90 toneladas de vidros eram retirados pela SLU das ruas todos os dias antes da lei. Atualmente, não há estimativa sobre o volume, já que o vidro está sendo descartado com a coleta convencional.
O Glass is Good - Vidro é Bom, em português - existe desde 2010, começando no estado de São Paulo. Desde então, registra mais de 21 mil toneladas de vidro recicladas, o equivalente a mais de 43 milhões de garrafas de 1 litro de vodka. O programa chegou ao DF em junho deste ano.
;Em muitas praças, o vidro ainda é tratado como rejeito, isto é, um material que não pode ser recuperado. No entanto, o vidro pode ser reciclado infinitamente. A Diageo enxergou na região um grande potencial para a coleta e reciclagem de vidro, por isso aportamos o projeto que combina benefícios ambientais, evitando o descarte indevido das garrafas de vidro, e sociais, ao oferecer a oportunidade de geração de renda aos cooperados de Brasília;, afirma Daniela De Fiori, diretora de relações corporativas da Diageo PUB (Paraguai, Uruguai e Brasil).
O problema do vidro
O trabalho de logística reversa realizado pelo programa Glass is Good é gratuito. Bares e restaurantes que quiserem ter os vidros recolhidos devem entrar em contato com a Instituto Ecozinha, que atua junto à Diageo. No Distrito Federal, o vidro acaba sendo um dos vilões para os comerciantes que seguem as políticas de logística reversa, devido à distância da capital federal das usinas de reciclagem. A mais próxima fica a 864 quilômetros de distância, em Guarulhos (SP).
Antes da legislação, apenas 1,9% das 2,7 mil toneladas de vidro recolhidas mensalmente pelo SLU são recicladas. O resto ia parar nos aterros sanitários. Hoje, o recurso é tratado como rejeito tanto nas unidades quanto em locais que fazem a catação de resíduos, e vai para o Aterro de Samambaia, onde ficará por mais de 1 milhão de anos até ser absorvido pela natureza. Desde que a lei entrou em vigor, 848 empresas se cadastraram no SLU para fazer a própria destinação dos resíduos.