A despedida ao jornalista e fundador do Correio, Ari Cunha, foi tomada pela emoção, no Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul. Antes do sepultamento, ainda na capela 6, um violinista saldou a memória do pioneiro ao tocar My Way, Ave Maria e Amigos para Sempre. Minutos antes do enterro, uma musicista também tocou canções de Luiz Gonzaga na sanfona, em uma homenagem ao cearense de Mondubim que fez história em Brasília.
Ari foi enterrado na Ala dos Pioneiros, no fim da tarde desta quarta-feira (1;/8). Antes de seguir para o cortejo, um padre fez orações. "O pioneiro de Brasília que fez nascer o jornal radiante", enalteceu o sacerdote. Na capela, familiares, amigos, vizinhos, funcionários do conglomerado de comunicação e conhecidos se uniram em uma corrente de oração. De mãos dadas, rezaram o Pai-Nosso. Filhos, netos, noras e genros se abraçaram para, unidos, se despedir do patriarca.
Na hora do sepultamento, a memória de Ari foi enaltecida com uma salva de palmas e um brado: "viva Ari Cunha". Técnico em contabilidade, Miguel Brito, 71 anos, esteve no cemitério carregando uma foto da época de formatura, em que aparece cumprimentando o jornalista. Ari foi padrinho da turma. "O convidamos e ele gentilmente aceitou. A formatura foi no Cemab, em Taguatinga. Seu Ari era tudo de bom. Se existir céu, ele já está lá. Eu não perdia uma coluna que ele escrevia", destacou.
Jornalista e ex-secretário de Cultura do DF, Silvestre Gorgulho se lembra de Ari Cunha como um jornalista pioneiro e empreendedor. "Em 1959, quando chegou a Brasília, Ari não fez só jornalismo, mas um jornal que nasceu com Brasília. Fica, para nós, principalmente jornalistas, um exemplo de empreendedorismo de uma pessoa doce, paciente e afável."
O governador Rodrigo Rollemberg chegou às 16h para se despedir do comunicador. "Ele é um patrimônio da cidade, do jornalismo. Uma pessoa que viveu Brasília desde a sua origem até os dias de hoje. Um jornalista que tinha compromisso com a cidade. Um cronista que relatou a saga desde a construção de Brasília até hoje", frisou.
O advogado Estenio Campelo também lembrou o pioneirismo de Ari Cunha. "Ele foi um dos primeiros homens que teve coragem de vir para Brasília, junto ao saudoso JK, construir essa cidade. Teve uma vida dedicada ao trabalho e aos Diários Associados", exaltou. "Como cearense, conterrâneo, eu me orgulho da presença dele. Brasília perde um grande homem."
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