Isa Stacciarini, Walder Galvão - Especial para o Correio
postado em 01/08/2018 11:14
Familiares e amigos de Ari Cunha, 91 anos, se reúnem no Cemitério Campo da Esperança da Asa Sul para prestar as últimas homenagens ao fundador do Correio Braziliense. Jornalista, colunista e vice-presidente institucional do jornal, Ari faleceu nessa terça-feira (31/7), após sofrer falência múltipla de órgãos devido à idade e às condições de saúde. O velório começou às 9h, na capela 6. Às 16h05, teve início a cerimônia de sepultamento de Ari Cunha, com a participação de um violinista que tocou a canção My way, uma das preferidas do jornalista. A música emocionou familiares, parentes e amigos.
No cemitério, o clima era de nostalgia. Colegas de trabalho, filhos e netos se abraçavam e alguns conversam sobre o legado que Ari deixou na cidade e, principalmente, no jornalismo. Para o neto mais velho, Marcelo Cunha, 46, o avô tinha um humor especial: severo, mas muito carinhoso. ;Ele sempre incentivava a gente aos estudos e nos mostrava as coisas boas da vida;, conta.
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[SAIBAMAIS]Marcelo morava com Ari no Lago Norte. Ele conta que a família costumava se reunir aos domingos para fazer um almoço. ;Essas reuniões, que ele adorava, estão nos dando força e nos mantendo unidos nesse momento tão difícil;, comenta. De acordo com ele, o avô gostava de ler, cozinhar e viajar.
Por volta das 9h30, havia mais de 30 pessoas na capela. O número de presentes cresceu ao londo do dia. No lugar da tristeza, os presentes preferiram se apegar às lembranças boas do vice-presidente institucional do Correio.
De políticos e autoridades a funcionários que trabalharam diretamente com Ari Cunha, no velório passaram as principais figuras públicas de Brasília e personagens que fizeram história ao lado do jornalista. O deputado distrital Agaciel Maia fez questão de se despedir de Ari Cunha. "Eu o conheço desde 1975 e tive muita oportunidade de conviver com a família. Ele era uma das melhores pessoas que eu conhecia como ser humano. Um sujeito de bom coração, intelectual, mas humilde. A própria coluna dele é uma história de Brasília contada sob o olhar de Ari", ressalta.
Motorista do Correio há 35 anos, Alvaci Oliveira, 64, trabalhou dirigindo para o presidente do jornal durante 25. Ele se lembra de seu Ari, como era conhecido, como um homem culto. "É uma pessoa muito sábia, que gostava de viajar, comer bem. Era honesto, gostava das coisas muito corretas, e tratava as pessoas com educação", ressaltou.
Motorista do Correio, Ricardo Nogueira dos Santos, 42 anos, dirigiu para Ari durante os últimos seis. Depois da família, foi ele quem primeiro recebeu a notícia da morte do vice-presidente do jornal. "Um dos filhos dele me ligou e disse que considerava como uma pessoa da família. Seu Ari era assim. Muito simples, mas uma pessoa de muita sabedoria. Ele falava algumas palavras difíceis que você notava que vinha de uma pessoa estudada. Ele tinha muito conhecimento", relembrou.
Funcionário do Correio há 43 anos, Francisco de Salis Souza, 69 anos, aprendeu a sinceridade e a honestidade de Ari Cunha. "Ele corrigia com atitude e respeito ao próximo. A última vez que o vi foi no jornal, há três anos. Trocamos um abraço longo e conversamos durante 10 minutos ou mais", ressaltou.