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Caso Maria Eduarda: preso quarto envolvido na morte da menina em Ceilândia

Maria Eduarda foi morta dentro de casa. O irmão dela também foi alvejado, mas sobreviveu. Suspeita é que disputa de gangues motivou o crime

O quarto suspeito do assassinato de Maria Eduarda Rodrigues de Amorim, de 5 anos, foi preso na madrugada desta segunda-feira (30/7) na Cidade Ocidental (GO), no Entorno do DF, em casa de parentes. Com o homem, de 23 anos, os agentes da 24; Delegacia de Polícia (Setor O) também encontraram drogas, uma arma e dinheiro em espécie. A menina foi assassinada em maio, dentro da própria casa, em Ceilândia. O irmão dela, Marcos André Rodrigues de Amorim, 19, também foi atingido pelos disparos, na perna.

[SAIBAMAIS]Segundo a polícia, o crime foi motivado por disputa de gangues na QNO 18 de Ceilândia. O homem preso hoje é o único adulto envolvido. Três adolescentes, que também têm envolvimento no caso, foram apreendidos.

O suspeito foi preso em flagrante pelos crimes de tráfico de drogas e posse ilegal de arma de fogo, ele também foi preso preventivamente pelo homicídio qualificado de Maria Eduarda e tentativa de homicídio qualificado contra Marcos André. Na delegacia, o preso não mostrou arrependimento. Segundo os investigadores, ele chegou a afirmar que pretendia fazer uma chacina na QNO 18, quadra onde a criança morava.

Desde a época do assassinato, o suspeito era considerado foragido. Na casa onde estava, os policiais encontraram porções de maconha, uma arma de fogo e R$ 7,3 mil em espécie. Segundo os policiais, na residência havia uma placa na parede onde estava escrito "EXP 17", um símbolo da facção liderada pelo criminoso.


Gangues

;Se você perguntar, nem eles sabem porque se matam;. Foi assim que Ricardo Viana, delegado-chefe da 24; Delegacia de Polícia, em Ceilândia descreveu a briga que acontece entre as gangues das QNO;s 17 e 18, no Setor O. Neste ano, dois jovens foram vítimas do confronto: a menina Maria Eduarda Rodrigues de Amorim, de 5 anos, e o jogador de futebol amador, Cristian Henrique Nogueira de Lima, 17. Segundo o delegado, os dois crimes estavam ligados.
A briga dos dois grupos é antiga, com ao menos dez anos. O delegado explica que no início, pontos de venda de drogas motivaram o conflito, mas hoje, até o endereço residencial pode resultar em morte. ;Se nós questionamos um membro da gangue da 17, ele diz que se o cara mora na 18, ele tem que morrer. A coisa mais pífia possível;, explica.
Cristian foi assassinado a tiros no dia 20 de maio em uma parada de ônibus. Ele estava com a irmã, uma menina de 12 anos. O delegado informou que o jovem não tinha nenhuma relação com as disputas, mas mesmo assim foi morto por integrantes da gangue da QNO 18, conhecida como ;Expresso 18;. O caso é investigado pela 24;, que já identificou um dos suspeitos. Até o momento ninguém foi preso.
Ao saber do caso, a gangue da QNO 17, conhecida pelos nomes ;Expresso 17; e ;17 do mal; quis se vingar. ;Eles suspeitavam que um dos irmãos da Maria Eduarda, um adolescente de 15 anos, estava envolvido e foram até à casa;. Três adolescentes e um homem de 23 anos, furtaram um Voyage preto na QNP e vinte minutos depois foram até a casa na QNO 18. Lá, viram Marcos André, irmão de Maria Eduarda, e dispararam cerca de 15 vezes.
A garotinha, que estava buscando milho de pipoca para a tia, recebeu um tiro nas costas e outro na nuca, enquanto o irmão foi alvejado na perna. Os dois foram levados para o Hospital Regional de Ceilândia (HRC). Ele sobreviveu, mas ela não resistiu aos ferimentos. Marcos, apesar de fazer parte da Expresso 18, não era o alvo, mas sim o irmão dele, que se encontra foragido. Contra ele, há um mandado de busca e apreensão.
Marcos André está em liberdade provisória desde março deste ano, após ser preso por receptação. Segundo a polícia, quando tinha 18 anos, o jovem também foi preso por roubo, associação criminosa, porte ilegal de arma de fogo e corrupção de menores.