A tentativa de homicídio ocorreu por volta das 6h30 de 7 de julho. Os policiais ainda não capturaram a suspeita, mas garantem que ela foi identificada. Os depoimentos de testemunhas do crime ainda serão coletados.
Segundo o delegado Zander Vieira Pacheco, adjunto da 24; DP, Eduardo não estaria no carro de onde saíram os disparos que atingiram Maria Eduarda e deixaram o irmão mais velho dela, Marcos André Rodrigues de Amorim, 19 anos, ferido.
"Conseguimos apurar que ele tem envolvimento na guerra, mas não tem ligação direta com a tragédia. Mas, por conta de ele já ter provocado os participantes do crime nas redes sociais, a família da vítima acredita que ele possa ter envolvimento com o crime", explica Zander.
A suspeita da polícia surgiu após denúncias anônimas, feitas pelo disque denúncia da Polícia Civil (197). Entretanto, a investigação ainda não foi concluida. "É um caso recente e que trabalhamos para solucionar. Ainda não houve esclarecimento sobre as circustâncias deste crime e como o fato se deu", finaliza o delegado.
Assassinada em casa
Em 21 de maio, um Voyage preto parou em frente à casa onde mora a família de Maria Eduarda. Do carro, ocupado por três adolescentes e um adulto, saíram os disparos. Os tiros atingiram a cabeça e abdômen da criança, e a perna do irmão. Os acusados fugiram em seguida. O veículo foi roubado horas antes da tragédia, em Ceilândia, na QNP 15. O dono do automóvel é morador do Cruzeiro, mas havia ido até a região administrativa para fazer compras com a sobrinha. Até a última atualização desta reportagem, Walisson Ferrerira da Silva, 21 anos, o "Dedé", continuava foragido.
O irmão da menina de 5 anos estava em liberdade provisória, por receptação. Ele ficou 20 dias na cadeia. Em outubro de 2016, foi preso por roubo, associação criminosa, porte ilegal de arma de fogo e corrupção de menor de 18 anos. Ele saiu em 30 de maio de 2017. Naquela noite, quando a irmã foi assassinada, ele seria o alvo dos disparos.
A morte da criança trouxe à tona o problema da guerra de gangues na região da QNO 17 e 18. Os líderes dos grupos são adolescentes e o conflito havia feito 14 vítimas de 2014 a meados de maio de 2018. A informação foi confirmada por moradores da região.
Um dos adolescentes envolvidos no crime foi apreendido em 29 de maio, mas, como não havia um mandado que o privasse de liberdade, acabou livre. Em 29 de junho, foi novamente pego por policiais, com uma pistola. Ele também é apontado como um dos líderes da gangue da QNO 17.