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Frio no DF deve continuar até domingo, com temperatura mínima de 10ºC

Segundo Inmet, clima mais frio desta quarta-feira (18/7) se repetirá nos próximos dias. Rajadas de vento podem interferir na sensação térmica

Julho costuma ser um dos meses mais frios do Distrito Federal, ao lado de junho e agosto, mas, nesta quarta-feira (18/7), a temperatura mínima de 11;C pegou muitos brasilienses de surpresa. Quem saiu às ruas teve que se agasalhar para enfrentar o clima mais gelado, que perdurou da madrugada até quase 13h. A principal causa, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), foi a alta presença de nuvens.

"Uma forte circulação de ventos proveniente do Oceano Atlântico contribuiu para a formação das nuvens. A corrente estava tão carregada que conseguiu atingir até mesmo locais distantes do oceano, como o Distrito Federal. A alta nebulosidade acabou obstruindo a passagem dos raios solares, que não atingiram o solo diretamente", explicou a meteorologista do Inmet, Morgana Almeida.
[SAIBAMAIS]A incidência de ventos também contribuiu para que a população sentisse mais frio. "Os ventos se intensificaram a partir das 10h. Por essa razão, o frio característico do amanhecer persistiu ao longo da manhã", disse Morgana. Os ventos atingiram a marca de 41 km/h e, segundo a meteorologista, a tendência é de que essa intensidade das correntes de ar permaneça nos próximos dias, principalmente durante a madrugada.
"São ventos de rajada, que ultrapassam 36km/h. No entanto, isso não é algo anormal. A essa velocidade, os ventos apenas fazem com que a sensação térmica seja menor. Geralmente, os ventos são mais fortes em épocas de chuva, quando podem chegar a 60km/h", destacou.
A nebulosidade deve durar até quinta-feira (19/7), mas Morgana alertou que isso não é sinal de chuva. "Infelizmente, não há previsão de precipitações até o fim de julho. Pela climatologia, as chuvas são mais raras no inverno. Uma grande massa de ar fica estagnada na região central do país. A expectativa é de que as chuvas voltem em meados de setembro", esclareceu. Hoje, Brasília completa 60 dias sem chuva.
Quem estranhou o frio desta quarta-feira deve se preparar para as temperaturas do fim de semana. A previsão é de que os termômetros marquem entre 10;C e 11;C na madrugada. "Quem sai de casa cedinho, a dica é estar sempre agasalhado, e não se expor ao frio. Além disso, é importantíssimo se hidratar. Apesar de ter esfriado um pouco, o tempo continua seco", frisou Morgana. De quinta-feira a domingo (22/7), a umidade relativa do ar deve variar entre 85% e 30%.
Há 18 dias, a estação do Inmet em Águas Emendadas (Planaltina) registrou a menor temperatura do ano: 6,8;C. Morgana comentou que, até o fim do inverno, em 22 de setembro, os termômetros devem marcar menos de 15;C nas horas mais frias. Contudo, o inverno não será rigoroso. "As temperaturas mais intensas foram as que aconteceram no fim de junho e que ocorrem agora. Não há previsão de esfriar além disso", concluiu.

Precaução

A afirmação de que o frio permanecerá para os próximos dias deixou os brasilienses em alerta. A estudante de direito Marcilene Lima, 33 anos, por exemplo, não abrirá mão de carregar um casaco daqui em diante. "O tempo muda de uma hora para outra. Isso é muito estranho. Eu não esperava que fizesse tanto frio por agora, porque estamos há praticamente dois meses tendo de lidar com um clima quente. Então, é melhor que eu esteja preparada", disse. Apesar disso, ela comemorou a curta mudança no clima. "Eu prefiro o frio. Sinto-me mais disposta. E o tempo seco me preocupa. Não chove há muito tempo. Tomara que as chuvas não demorem a voltar", comentou.
O céu nublado e os fortes ventos surpreenderam os colegas de classe de Marcilene, Glaucia Delgado, 22, e Pedro Teixeira, 19. Glaucia recorreu até a uma touca para encarar o frio. "Saio de casa pela manhã e, nos últimos dias, a temperatura estava mais amena. Mas, hoje, foi diferente. Assim que acordei, já percebi que precisaria me agasalhar", disse a jovem. A alteração climática, no entanto, agradou a Pedro. "Seria ótimo se a frente fria continuasse. O tempo mais seco dificulta a respiração, porque, além do calor, temos que encarar uma baixa umidade do ar. Particularmente, eu sinto bastante", explicou.

Mas assim como existem pessoas que gostam do frio, há quem prefira o calor. A autônoma Eliane Carvalho, 39, espera temperaturas mais elevadas nas próximas semanas. "Quando abri a porta de casa, fiquei espantada. Nos dias anteriores, o clima estava mais agradável. O meu filho acabou com a garganta inflamada por conta desse frio", disse. O garoto José Henrique Carvalho, 4, também aguarda dias de sol. "Gosto do calor, porque não preciso usar tantas roupas. E também porque eu não tenho que ir ao médico, como hoje", admitiu.