O brasiliense recebeu de volta um dos principais pontos culturais da capital federal. Fechado há cinco anos, o Espaço Cultural Renato Russo, na 508 Sul, reabriu as portas ao público ontem, com exposições e performances artísticas. O espaço, inaugurado em 1977, com o nome de Centro de Criatividade, renasce com o propósito de unir em um só lugar todas as linguagens artísticas ; cinema, música, dança, teatro, exposições, literatura.
Pintada nas cores do arco-íris, em homenagem ao mês do Orgulho LGBTQI, a faixa simbólica de abertura da casa foi cortada pelo governador do DF, Rodrigo Rollemberg. Logo depois, um grupo de artistas chegou ao espaço. Vestidos com roupas formais e performáticas, eles usavam maquiagens em cores fortes. Na performance de abertura, eles cantaram e celebraram a retomada do espaço.
Rollemberg considera essa a principal inauguração cultural, que segue com as entregas da Fundação Oscar Niemeyer, do Centro Cultural de Planaltina e do Complexo Cultural de Samambaia, nas próximas semanas. ;Não estamos apenas recuperando um prédio, mas uma história e muitos sonhos. Esse é um espaço que formou muitos artistas da nossa cidade;, disse.
Ontem, foram entregues o cine-teatro, a sala multiúso e o teatro galpão, além de duas galerias, saguão e mezanino. Ainda será finalizada a parte administrativa, que deve ser entregue junto à biblioteca e à gibiteca.
O artista Vanderlei Costa, 41 anos, enxergou o funcionamento do espaço como algo fundamental. ;É um local que converge várias expressões artísticas. Agora, vamos ter mais galerias, galpões e teatros. Esse foi o primeiro espaço cultural de Brasília, e é historicamente muito importante tê-lo funcionando;, afirma.
Durante o discurso de abertura, um grupo de artistas fez uma performance em protesto à censura e à violência. Eles ainda derramaram um líquido no chão parecido com sangue.
Reforma
O espaço cultural foi interditado por determinação do Ministério Público e do Corpo de Bombeiros devido a uma série de problemas que iam das instalações elétricas ao revestimento do piso. De acordo com a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), a reforma teve custo de R$ 6,2 milhões e contou com recursos do Banco do Brasil.
Com a reinauguração, a forma de gestão do local também será alterada. Um chamamento público foi aberto para propostas de organizações da sociedade civil e o resultado deve ser divulgado em 10 dias. A organização vencedora será responsável pela manutenção e gestão do Espaço Cultural, assim como pela programação. O recurso anual será de R$ 800 mil.