A violência doméstica continua a fazer vítimas no Distrito Federal. No primeiro trimestre deste ano, uma ocorrência foi registrada a cada 34 minutos. São 3.789 casos, segundo a Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social. Na noite da última quinta-feira, outro caso abalou os moradores de uma rua tranquila do Condomínio Nova Esperança, em Planaltina. Por volta das 19h, a vizinhança foi surpreendida por gritos e pedidos de socorro vindos da residência de um casal e os dois filhos, de 4 e 7 anos.
A briga começou quando o marido, de 28 anos, chegou em casa. Segundo testemunhas ouvidas pelo Correio, assim que passou pelo portão, ele começou a agredir a mulher, de 25, dizendo que a casa não estava arrumada. Dentro do lote, ele usou um facão para bater na mulher. Segundo a Polícia Militar, a vítima pegou uma faca para se defender, mas, segundos depois, disse que tiraria a própria vida se o companheiro não parasse. O homem, entretanto, a incentivou a se matar e, ainda, disse que mataria os filhos.
Durante as ameaças, a filha mais velha aproveitou uma distração do pai e correu para fora de casa, gritando por socorro. ;Quando a menina fugiu, ele correu atrás dela e a arrastou para dentro pelos cabelos, de um jeito que não se faz nem com bicho. Ele parecia estar endemoniado;, contou um morador da região.
Ao perceber que os vizinhos testemunhavam a cena, o homem fugiu. A Polícia Militar chegou ao local e encontrou o suspeito a 600 metros do condomínio. O acusado foi conduzido para a 31; Delegacia de Polícia (Planaltina), onde se descobriu que ele é procurado pela Justiça do Piauí por homicídio. O agressor responderá por violência doméstica, ameaça e lesão corporal.
Cachorro
Até o fechamento desta edição, o suspeito continuava preso. A mulher e os filhos foram atendidos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e, depois, voltaram para casa. Ontem pela manhã, decidiram deixar o lar por medo de que o suspeito seja solto. A reportagem esteve no local onde a família morou por quatro anos. Vizinhos relatam que não foi a primeira agressão, mas que o homem era pacífico com amigos e colegas e que ninguém desconfiava do homicídio cometido pelo homem no Piauí. Fiel, o cachorro da família, ficou para trás. O animal passa o dia em frente ao portão da casa, como se vigiasse o lote. A reportagem tentou entrevistar o delegado responsável pelo caso, mas a Divisão de Comunicação da Polícia Civil (Divicom) informou que não presta informações sobre casos de Lei Maria da Penha.
Horas antes do crime de Planaltina, outra mulher foi vítima de violência doméstica no Condomínio Porto Rico, em Santa Maria. Ela foi mantida em cárcere privado e estuprada durante toda noite de quarta-feira pelo companheiro, sob ameaçada de morte, segundo a PM. Quando os militares chegaram à residência, por volta das 18h de quinta-feira, o homem negou que tivesse cometido o crime. Foi preciso contê-lo. O acusado responderá por lesão corporal, ameaça, estupro, desacato e Lei Maria da Penha.
Busque apoio
; Central de Atendimento à Mulher
Telefone: 180
; Casa da Mulher Brasileira
Telefones: 3226-5024 ou 3224-3363
Endereço: 601 Norte ; Setor de Grandes Áreas Isoladas, Lote
; Unidade de Acolhimento para Mulheres (Unam)
Telefone: 3561-4797
Endereço: Casa Flor, QSD ; Área Especial n; 9,
Setor D Sul, Taguatinga Sul
; Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam)*
Telefone (plantão): 3207-6195 ou 98494-9302
Endereço: 204/205 Sul