Jornal Correio Braziliense

Cidades

PT protocola ação no STF contra aprovação do Estatuto da Família no DF

Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra Estatuto da Família será protocolada no tribunal nesta sexta-feira (29/6)


Como resposta à aprovação da Lei n; 6.160, que institui o Estatuto da Família e exclui integrantes da comunidade de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, transgêneros e pessoas intersexuais (LGBTI) da configuração familiar, o Partido dos Trabalhadores (PT) entrará com Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira (29/6), às 17h30.
A ação partiu da deputada federal Erika Kokay (PT-DF), que é contra a lei aprovada pela Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). Como amicus curie, ou seja, instituições que fornecerão subsídios à decisão do tribunal, entrarão o Conselho de Direitos Humanos do DF; o grupo LGBT de Brasília ; Estruturação; a Aliança Nacional LGBTI e a Associação da Parada do Orgulho LGBTS de Brasília.
No Distrito Federal, é antiga a proposta de definir família como ;núcleo social formado a partir da união entre um homem e uma mulher, por meio de casamento ou união estável;. Em 2015, a matéria, de autoria de Rodrigo Delmasso (PRB-DF), passou em dois turnos na Casa, mas o projeto de lei foi vetado integralmente pelo governador Rodrigo Rollemberg (PSB).
O presidente do Conselho de Direitos Humanos do DF, Michel Platini, considera que o estatuto fere a constituição, além de todos os tratados internacionais de direitos humanos. ;O estatuto está em vigência. Então, agora, estamos nos mobilizando para mudar esse cenário. Estivemos em reunião com a Defensoria Pública, que fez contato direto com o presidente da OAB. Ele também se comprometeu a entrar com a ação;, garantiu Platini.
Também em 2015, entidades pró-LGBT e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) se posicionaram contra a proposição, afirmando que a medida era inconstitucional. ;O Estatuto não tira as garantias só da comunidade LGBT, mas de todos os arranjos familiares que não estão incluídos na formação declarada tradicional;, afirmou Michel.
Em junho deste ano, dos 16 distritais presentes, 15 aprovaram a derrubada do veto apresentado por Rollemberg, inclusive o deputado Ricardo Vale (PT). Segundo o petista, a proposta passou despercebida. Nesta quinta-feira (28/6), Vale protocolou o Projeto de Lei n; 2.059/2018, com objetivo de revogar a determinação.
* Estagiário sob supervisão de Mariana Niederauer