A professora morreu, aos 83 anos, no sábado, em decorrência de um câncer descoberto havia uma semana, já em estágio terminal. Segundo conhecidos, ela vinha sentindo dores nas costas, mas não suspeitava de nada grave. Quando a doença foi detectada, pouco havia a ser feito para tratá-la. Maria Christina deixa dois filhos, dois netos e muitos alunos admiradores.
"Ela era uma pessoas muito alegre, positiva, ativa. Não gostava de falar de doença. Acho que não gostaria de ter descoberto a doença antes", disse Cláudia Leal, filha da professora, acrescentando que a mãe partiu como desejava: em paz e na companhia da família.
Aluno de Maria Christina nos anos 1990, o ator Adeilton Lima, 52 anos, se diz um privilegiado de tê-la conhecido. Segundo ele, por várias vezes, a professora o atendeu para ajudá-lo nos temas em que tinha mais dificuldade. "Às vezes, não conseguia chegar à aula por conta do ônibus. Ela era muito sensível às dificuldades de todos e marcava comigo atendimentos individuais na hora do almoço para me ajudar", lembrou. "Nunca mais li Camões da mesma forma depois de suas aulas", acrescentou.
Meses antes de morrer, em dezembro passado, Maria Christina foi homenageada pelo Instituto de Letras da UnB. "Ela é uma unanimidade em todas as áreas na linguística: sintaxe, morfologia, línguas indígenas, análise do discurso. Em todas, ela era respeitada, querida e amada. A ética do amor resume a trajetória de vida dela", afirmou Juliana Freitas Dias, professora do instituto e idealizadora da homenagem.