Marlene Gomes - Especial para o Correio
postado em 21/06/2018 14:15
O entra e sai é constante na Faculdade de Artes Dulcina de Moraes, no Centro Comercial Conic. Funcionários públicos, executivos, comerciários, bancários, vigilantes e autônomos buscam as salas de aula. Mas esses estudantes não estão à procura das emoções e percepções do teatro. Eles querem melhorar o domínio de idiomas como inglês, espanhol e francês. Os cursos são oferecidos gratuitamente à comunidade pelo Centro de Línguas Idiomas Sem Fronteiras (Celin Idiomas). As inscrições para o segundo semestre terminam em 30 de junho.
O curso completo de cada idioma dura dois anos, cobrindo do nível básico ao avançado, com a opção de conversação. São 30 horas de aula por módulo, totalizando 120 horas de aulas, com direito ao certificado de conclusão do curso. A excelência vai da metodologia aos professores. Os 10 profissionais se dividem entre os três idiomas e seis deles são nativos. Já os horários das aulas foram programados para atender às necessidades dos alunos que trabalham ou que estudam. As turmas são oferecidas de segunda a sexta-feira, das 9h às 21h, e aos sábados, das 8h às 12h30. Atualmente, são 700 alunos divididos pelos turnos nos três idiomas.
Em quatro anos de funcionamento, o Celin Idiomas já formou três mil alunos, muitos deles em mais de um idioma. A gratuidade chama a atenção e desperta interesse, já que cursos de língua estrangeira costumam ter preços salgados. Mas o curso tem outros atrativos, como a metodologia adotada e a elasticidade de horários. ;Estamos localizados no coração de Brasília e, muitas vezes, é mais fácil para um aluno vir para cá do que se deslocar pela cidade para conseguir chegar a outra escola;, resume o coordenador do curso, Aarão Thomas de Andrade.
A diversidade do curso é representada não somente pela representatividade de alunos de todas as classes sociais. Nas salas, se concentram, também, profissionais que executam as mais variadas atividades pela Esplanada dos Ministérios, Setor Bancário e Setor Comercial de Brasília. ;Nas minhas turmas há advogados, militares, servidores públicos e estudantes universitários que precisam saber o idioma para seus cursos de mestrados;, revela a professora Ana Maria da Silva, que dá aula de inglês para todos os níveis.
Formada em letras, Ana Maria passou quase dois anos se aperfeiçoando em inglês na Austrália e tem grande experiência em cursos conhecidos do DF. Para ela, a procura pelos cursos de idiomas estrangeiros tem aumentado nos últimos tempos por exigência do mercado de trabalho. ;Acredito que existe uma cobrança maior das empresas, que passaram a buscar pessoas bilíngues. Até os concursos públicos já exigem conhecimento de um idioma estrangeiro. Muita gente que não teve oportunidade de fazer um curso agora corre atrás do tempo perdido;, argumenta a professora.
De olho em novas oportunidades profissionais
A funcionária pública Darlene Santos Silva, 33 anos, trabalha na divisão de contabilidade do Tribunal de Justiça do Distrito Federal. A jovem, que é formada em contabilidade, faz o curso de letras, na opção português/inglês. De olho em novas oportunidades no trabalho, como no Núcleo de Revisão de Texto do tribunal, Darlene agarrou a chance de fazer o curso de inglês. Hoje, satisfeita, já pensa em levar o marido, Leandro, para fazerem, juntos, o curso de espanhol no próximo semestre. ;Aprender é uma questão pessoal, porque 30% é o curso e 70% é dedicação. O curso é muito bom e vai me ajudar, também, nas viagens para o exterior;, disse Darlene.
Há alguns anos, a advogada Marlene Oliveira, 42 anos, não tinha contato com o idioma inglês. Mesmo assim, ela pensava em fazer um curso específico de inglês jurídico. A volta às aulas veio com o incentivo de uma amiga, também advogada, que queria retomar o estudo do idioma. As duas colegas resolveram se inscrever no curso da Faculdade Dulcina de Moraes. ;Foi uma ótima surpresa. Aqui não tem enrolação. O curso é muito prático e a professora é bastante didática;, revela Marlene.
Mãe de Igor e Bárbara, de 15 e 18 anos, Marlene desembolsa cerca de R$ 900 por mês para pagar os cursos de inglês dos filhos, em uma conceituada escola de Brasília. Ela argumenta, no entanto, que é um engano quando se dá atenção somente aos cursos renomados ou caros. ;Muitas vezes, as pessoas não dão o devido valor para opções mais acessíveis e até gratuitas, mas o curso aqui é excelente;, disse.
Termos técnicos
Morador de Santa Maria, o empresário Evaldo Cardoso de Lima, 33 anos, tem uma empresa de informática na cidade e queria se familiarizar mais com os termos em inglês, próprios de sua atividade. ;O inglês domina a área de informática e eu preciso compreender melhor os termos. Depois, quero fazer até um curso de inglês técnico para me aprofundar mais no idioma;, revelou Evaldo.
Com alunos na faixa etária de 13 a 60 anos, o professor de espanhol Fernando Peres, 31 anos, observa que a vontade de aprender independe da idade e que a dedicação é que vai diferenciar o aprendizado de cada um. Boliviano de La Paz, Peres argumenta que boa parte de seus alunos querem viajar para países de língua espanhola. No dia a dia, o professor vê uma grande evolução da turma. ;Observo o nível atual de alunos que chegaram aqui sabendo pouco e vejo que o progresso é grande. Os alunos são extremamente competentes;, informa.
Celin Idiomas em números:
1320 alunos em 2017
80% alunos foram aprovados
65% dos alunos trabalham
30% dos alunos têm superior completo
42% dos alunos são de escolas públicas
Serviço
CELIN ; Centro de Línguas Idiomas Sem Fronteiras
Local: Faculdade de Artes Dulcina de Moraes (Centro Comercial Conic ; ao lado da estação Rodoviária)
Idiomas: Inglês, Francês e Espanhol
Níveis: Básico, Intermediário, Avançado e Conversação
Inscrição: até 30 de junho
Idade mínima: 12 anos
www.celindiomas.com.br