Jornal Correio Braziliense

Cidades

Traficantes torturavam vítimas em cisterna para receber dívidas de drogas

Segundo a Polícia Civil, mês passado uma das vítimas foi mantida em cárcere privado enquanto a outra foi torturada, jogada em uma cisterna e morta por asfixia

Tortura, cárcere privado e assassinatos eram as práticas adotadas por traficantes para receber dívidas de drogas em Planaltina. Duas pessoas foram presas acusadas por esses crimes, durante a operação Cruciatus. Uma segue foragida. As prisões ocorreram em Ceilândia, onde os suspeitos estavam escondidos.
De acordo com os investigadores da 16; Delegacia de Polícia (Planaltina), no mês passado, três indivíduos foram levados à residência de um dos acusados, uma invasão no bairro Nossa Senhora de Fátima. Uma das vítimas foi mantida em cárcere privado enquanto a outra foi torturada, jogada em uma cisterna e morta por asfixia.
A sessão de tortura contra o homem morto teria sido motivada por uma dívida de drogas de R$ 480 e uma bicicleta. O amigo da vítima, que também foi levado, teria sido obrigado pelo grupo a carregar o corpo e enterrá-lo na área próxima à casa. Logo após o homicídio, que ocorreu em 18 de maio, os dois colegas foram liberados.
O grupo agia há, pelo menos, um ano e meio. Agentes chegaram até os criminosos após uma denúncia anônima. O corpo da vítima morta foi encontrado em 21 de maio, mesma data em que as investigações começaram.
O delegado Luiz Gustavo Neiva, adjunto da 16; DP, afirma que há outras pessoas torturadas pela quadrilha. "Até o momento, conseguimos identificar outro homem, que também foi torturado. Ele foi salvo pela mulher, que descobriu onde ele estava e afirmou que pagaria a dívida. Também temos mais uma pessoa, que buscamos encontrar", explica.
Na segunda sessão de tortura, onde o homem conseguiu sobreviver, houve a participação de um adolescente de 17 anos. "Teria sido a primeira participação dele nesse tipo de crime, contudo, esse jovem já traficava drogas para o grupo", delimita Luiz Gustavo.
Os dois homens estão presos preventivamente e, agora, agentes trabalham para localizar um terceiro, que prossegue foragido. Se condenados, eles responderão por tráfico de drogas, homicídio qualificado, ocultação de cadáver, tortura, cárcere privado, corrupção de menores, organização criminosa e roubo.