Cidades

"Não podemos esquecer a crise hídrica", diz presidente da Caesb

Maurício Luduvice diz que, embora a crise hídrica do DF tenha sido resolvida, a população deve continuar colaborando, uma vez que não é possível voltar aos padrões de consumo antigos

Pedro Grigori - Especial para o Correio
postado em 15/06/2018 09:46
Maurício Luduvice, presidente da Caesb fala ao microfone
Pela primeira vez após 514 dias, o Distrito Federal começou um dia sem racionamento de água. Conforme havia sido anunciado pelo Governo do Distrito Federal, os cortes no abastecimento deixam de acontecer e outros tipos de medida serão adotados para impedir que Brasília corra o risco de ficar sem o recurso.

Em entrevista ao Correio, o presidente da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), Maurício Luduvice, ressalta que a crise está resolvida, mas que não pode ser esquecida. A situação ainda exige cuidado. "A situação não permite que voltemos aos consumos do passado". Por isso, a população deve aprender a ter uma nova forma de consumir a água. Leia:

Após 17 meses de racionamento, podemos afirmar que o DF venceu a crise hídrica?
Resolvemos essa crise hídrica, mas não podemos esquecê-la. A situação não permite que voltemos aos consumos do passado. Superamos a crise, foi difícil, mas foi o retorno dos investimentos. Agora, é fundamental que o apoio da população e a nova cultura de consumo sejam preservados.
Qual lição fica para o governo e para a população?
Foi um período difícil, mas também um ano de muito trabalho. O governo e a Caesb se uniram e prepararam uma série de planos baseados em dois pilares: aumentar a capacidade de produção e reduzir as perdas no sistema. A lição é muito positiva. As grandes obras de engenharia ficarão para as próximas gerações, e a Caesb mostrou ter capacidade de atender e entregar os projetos. Com a população, fica o legado do uso racional da água, que colaborou e eliminou os desperdícios.
[SAIBAMAIS]Em 2016, a média de consumo de água no DF era de 147 litros por habitante a cada dia (l/hab/dia), em 2017, com o racionamento, esse índice caiu para 129l/hab/dia. O que o governo e a Caesb vão fazer para garantir que o uso não volte a subir?
Essa cultura recém-adquirida não pode ser esquecida. A fase de desperdício de água acabou. Agora, o desperdício é zero. Vínhamos fazendo campanhas e tendo um trabalho de educação ambiental com crianças. A partir da segunda quinzena, voltamos com novas campanhas na mídia para garantir que a economia não seja esquecida. É importante frisar que agora estamos melhor, mas o desperdício não pode ser aceito, e é necessário o uso responsável.

Qual é a expectativa de entrega para o sistema de Corumbá IV?
A nossa expectativa é de que, até dezembro deste ano, Corumbá IV entre em pré-operação. Dependemos, ainda, de montagem e aquisição de equipamentos eletromecânicos. A parte da Caesb, que é a adutora, está com conclusão acima dos 75%. A parte da Saneago também está avançada e agora, com a seca, o ritmo das obras será acelerado.

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