Ela conta que soube da morte de Pedro Gabriel de Albuquerque, 80 anos, na sexta-feira (8). Ao chegar ao necrotério, dois dias depois, quando estava previsto o velório, ela descobriu que ele havia sido levado por outra família. O segundo corpo envolvido na troca não chegou a sair do hospital.
Ao Correio, Hagda relatou o susto ao perceber o problema: "Ele havia sido deixado na primeira gaveta do necrotério quando registramos o óbito. No domingo, ao retirar o corpo, os funcionários da funerária puxaram a segunda gaveta. Achei estranho. Depois que abriram o saco do hospital, vi que não era meu pai".
Segundo ela, o corpo de Pedro Gabriel havia sido reconhecido por outra família. Ela conseguiu o contato dos responsáveis pela retirada e descobriu que três pessoas deixaram a unidade de saúde com o pai dela. "O hospital não conferiu nada. Os funcionários da funerária disseram que a neta do outro paciente chegou a beijar a testa dele", contou. "Foi negligência."
O caso foi registrado na 5; Delegacia de Polícia (Área Central) e será investigado pela 3; DP (Cruzeiro Velho). Enquanto Hagda Daiany e a família relatavam a ocorrência, o corpo foi devolvido pela funerária à unidade de saúde. Agora, a família aguarda para realizar o velório e a cremação de Pedro Gabriel nesta segunda-feira (11). "Foi um sofrimento que eu nunca esperava passar. Mas vamos levar esse caso à Justiça."
A reportagem contatou a família que pegou o corpo do pai de Hagda Daiany por engano. A neta do outro paciente disse que prefere não comentar o caso. Segundo ela, que não quis se identificar, apenas amigos e parentes próximos sabem do ocorrido por enquanto. O corpo deve ser sepultado na manhã desta segunda-feira (11/6). O Correio ainda não conseguiu contato com a funerária Boa Esperança, que levou o corpo errado, nem com o Hospital São Mateus.