O governador Rodrigo Rollemberg comentou, pela primeira vez, a retirada de painéis no centro de Brasília. Ele reforçou que seguiu a lei ao autorizar a operação da Agefis, em especial, por causa da polêmica quanto à publicidade pertencente ao senador cassado Luiz Estevão, preso há mais de dois anos na Papuda. Segundo o chefe do Executivo local, a tramitação do processo demorou o tempo necessário, de acordo com a legislação. ;O nosso governo age sob o império da lei;, disse. Rollemberg garante que a ação não teve ligação com matérias publicadas em site de Estevão contra o GDF. ;É ridículo falar em censura;, resumiu.
O painel luminoso do Setor Bancário Sul entrou em funcionamento em fevereiro, mas a operação de retirada só começou em junho. Por que os trabalhos demoraram quatro meses?
Há toda uma tramitação processual legal a ser seguida. Tanto quanto na autorização da colocação de um painel, que, no caso, por força da lei, só poderia ser explorado sem fins publicitários, quanto na notificação e autuação para a retirada do equipamento, utilizado sem a autorização para esse fim, o publicitário. Mas é bom ressaltar que a primeira notificação da Agefis se deu apenas 10 dias depois (em 16 de fevereiro) do funcionamento do painel.
O painel era irregular e estava em desacordo com as normas do Plano Diretor de Publicidade, mas, ainda assim, a retirada gerou críticas. A que atribui essas críticas?
Nos últimos anos, os governos se acostumaram a ser omissos ou coniventes com ilegalidades, especialmente se praticadas por pessoas ou grupos poderosos economicamente. O nosso governo age sob o império da lei. Não vamos permitir que o céu de Brasília se transforme numa quermesse digital. Enquanto for governador de Brasília, não permitirei isso. O meu amor por Brasília e a minha responsabilidade não permitem.
O painel pertencia ao senador Luiz Estevão, preso há mais de dois anos e que comanda um partido no DF. Acredita que as críticas têm um fundo político?
Luiz Estevão representa um passado que o Brasil não aceita mais. Acima do poder econômico e do poder político existe uma cidade de todos, reconhecida como patrimônio cultural da humanidade. Essa cidade não pode estar submetida ao poder econômico de quem quer que seja. O Brasil mudou. Existe a Constituição e a lei. Todos nós estamos submetidos a elas. A ação faz parte de uma operação de governo, que aconteceu em outras cidades. Não é contra fulano ou ciclano. A ação é a favor da cidade.
Por que um painel com aquelas dimensões e de custo milionário, que, obviamente, não veicularia apenas o nome dos órgãos instalados no prédio, foi licenciado?
A Agefis explicou essa questão. A licença não era para a colocação de uma empena publicitária. Retiramos de outras empresas.
Como o senhor vê o envolvimento de políticos na defesa da manutenção do painel irregular? Alguns deles são ex-aliados políticos, como o senador Cristovam e seu vice...
A falta de coragem dos nossos políticos de enfrentar as ilegalidades, independentemente de onde surjam, levou o Brasil a essa situação. As pessoas públicas devem ter consciência de que são responsáveis por omissão, opinião ou negligência.
E as acusações de que a ação do governo representou uma censura?
É ridículo falar em censura. O portal em questão publica todos os dias o que quer. Acompanha livremente todas as agendas do governador e recebe todas as respostas do governo. E, com alguma frequência, mente. Produz fake news. No sábado passado, fez matéria dizendo que eu tinha sido hostilizado na Feira de Ceilândia. Mais uma vez, mentiu. No sábado, estava fora de Brasília. E, na última vez em que fui à Feira da Ceilândia, para um intercâmbio gastronômico, fui muito bem acolhido pela população. O encontro foi presenciado por uma importante emissora de tevê local.