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Conhecendo e reconhecendo o brasiliense: os pioneiros da capital federal

Série sobre os pioneiros da capital federal começa a ser publicada amanhã no jornal e no site do Correio Braziliense. Caderno especial contará, em 16 capítulos, histórias de gente que ajudou e ajuda a construir a capital do país

Quem é a garota que se tornou especialista em iluminação por causa de Lucio Costa? E o artista que se apaixonou pelos azulejos, tal qual Athos Bulcão? Arquitetos pioneiros e jovens que projetam a capital mundo a fora estão na estreia da série ;Brasília, patrimônio vivo: os protagonistas da história da capital;, feita em parceria com o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).

Pode-se dizer, com zero chance de erro, que Brasília permanece em construção. Não que tenhamos de desviar frequentemente dos canteiros de obras nem que existam grandes espaços abertos aguardando monumentos, palácios ou edifícios. Mas, aos 58 anos, Brasília está muito longe de ser uma obra acabada. Orgânica, com ares e população de metrópole, a capital federal nasce todo dia para o novo, sem nunca morrer para o velho.

Criar a partir de referências e de histórias vividas aqui é trabalho dos jovens. Refletir sobre o passado e o presente, apurar o senso crítico e transmitir para os mais novos experiências e vivências de uma cidade em constante transmutação é o ofício dos mais velhos. Ambos são pioneiros. Ambos resgatam a postura vanguardista de outrora.

Essas pessoas precisam ser conhecidas e lembradas. Por essa razão, o Correio Braziliense começa a publicar, a partir de amanhã, a série ;Brasília, patrimônio vivo: os protagonistas da história da capital;. Por 16 domingos consecutivos, o leitor encontrará, encartado ao jornal ou no site, um suplemento com histórias de brasilienses natos ou que migraram para cá em algum momento de suas vidas.

São pessoas que se destacam nas mais diversas áreas e setores. Ocuparão as nossas páginas porque participaram do processo de construção da capital, porque se tornaram estudiosos da vida local ou porque assinam trabalhos que projetam Brasília mundo a fora. Artistas, engenheiros, designers, educadores, médicos e muitos outros profissionais serão retratados. Começamos pelos arquitetos.

No primeiro caderno, você conhecerá a menina que cresceu nos pilotis da 308 Sul, apaixonou-se pelos feixes de luz que vazavam dos cobogós dos prédios e se tornou arquiteta especializada em iluminação. Gosta de dizer que é a ;garota Lucio Costa;. Também o menino brasiliense que hoje cria lindos trabalhos com azulejos (alô, Athos Bulcão) nos pilotis daqui e de outras unidades da Federação.

Escalas e eixos

Além deles, merecem espaço os professores que, ano após ano, se debruçam sobre a arquitetura brasiliense e fazem dela objeto de estudo, ora para defender o incrível legado dos mestres Oscar Niemeyer, Lucio Costa, Lelé e outros, ora para criticar a segregação social favorecida, de certa forma, por um Plano Piloto delimitado e protegido por decretos e títulos de tombamento. Nas páginas, estarão ainda arquitetos premiados, profundamente influenciados pelo projeto de Brasília, embora não façam dele uma amarra criativa.

O fato é que Brasília cresceu. Não é mais projeto, que, cá para nós, sempre padeceu de incompletude. Em compensação, os amplos espaços, os pilotis, os cobogós e tantos outros elementos arquitetônicos nos renderam uma estética única. As escalas e os eixos delimitados no plano de Lucio Costa continuam a nos oferecer o melhor horizonte e um céu que emociona. De alguma forma, tudo isso mudou e muda a vida de muita gente. Consequentemente, essa gente recria o cotidiano e torna Brasília uma cidade sem par no mundo.