postado em 31/05/2018 06:00
Brasília é mais Brasília na Esplanada dos Ministérios, na Universidade de Brasília (UnB) ou na Rodoviária do Plano Piloto? Na seca, quando o cerrado mostra os dentes feitos de galhos secos e o céu de cores espetaculares, ou na chuva, quando o verde fica mais verde e as tesourinhas alagam previsivelmente? Brasília mostra a sua cara nas paredes de azulejos, nos piqueniques a céu aberto ou nos palcos cheios de gente talentosa? Brasília é mais Athos (Bulcão), Oscar (Niemeyer) ou Lucio (Costa)? Além da soma de seus maravilhosos clichês, Brasília é, sobretudo, a feliz reunião de sua gente.
São mais de 3 milhões de habitantes. Muitos deles carregam a grata, porém ambiciosa, missão de manter cravada, nesse pontinho do mapa do Brasil central, a marca da inovação. Estamos falando de pioneirismo, tema de uma série de cadernos especiais que o Correio Braziliense começa a publicar no próximo domingo. A ideia é resgatar histórias de pessoas que aqui chegaram e contribuíram para a construção, o crescimento e a formação da identidade brasiliense. Eles acabaram por influenciar gerações mais jovens, que hoje carregam o bastão da modernidade e projetam o nome de Brasília mundo afora. Você também vai ouvir falar deles.
Passado e presente vão se encontrar nas páginas dos 16 suplementos especiais da série ;Brasília, patrimônio vivo: os protagonistas da história da capital;. A cada domingo, serão apresentadas pessoas cujas vidas se entrelaçaram a Brasília de forma definitiva, seja porque aqui nasceram e cresceram, seja porque chegaram para construir raízes que se tornaram profundas.
A arquitetura, tatuada na alma brasiliense como símbolo maior de sua identidade, será tema do primeiro caderno. Não se pretende esgotar o assunto ou listar todos os homens e as mulheres que tiveram participação no legado estético de Brasília. A ideia é avivar lembranças, reativar emoções adormecidas e algumas histórias escondidas ou mesmo esquecidas. É refletir sobre o passado e ver como o tempo tratou de entrelaçar moradores com as referências da cidade. É mostrar o quão fundamental é a concepção urbanística da cidade para conservar a qualidade de vida e favorecer a conexão do brasiliense com sua história.
Conexões
Obra de arte a céu aberto, com concreto, fachadas, pilotis, cobogós, azulejos e tantos outros elementos característicos, Brasília também padece de suas contradições. Pioneiros, os antigos e os jovens, reconhecem mazelas, criticam a segregação, a falta de consciência em relação à necessidade de preservação da capital declarada Patrimônio Cultural da Humanidade pelo Unesco. Mas todos, sem exceção, têm a perfeita dimensão da grandiosidade do projeto de Lucio Costa, com suas escalas, eixos e monumentos, feitos de forma a liberar o horizonte e deixá-lo sempre ao alcance dos nossos olhos.
Além da arquitetura, falaremos sobre engenharia, design, medicina, educação. Sobre arte, música, literatura. Sobre empreendedorismo e inovação tecnológica. A cada semana, uma porção de gente interessante habitará essas páginas, proporcionando ao leitor uma viagem no tempo passado e um voo rasante sobre o presente. Memória e novidade vão compartilhar o espaço. Cada domingo ofertará um encontro de gerações, que vão reapresentar Brasília ao brasiliense nas páginas impressas e na internet. O projeto também se desdobrará em eventos, encontros reais em que os personagens poderão trocar ideias com o público e favorecer novas conexões.