Bruna Lima - Especial para o Correio
postado em 30/05/2018 21:30
Dos poucos postos que ainda abasteciam os veículos nesta quarta-feira (30/5), uma frase foi utilizada recorrentemente: "Só tem etanol". Por conta da falta do álcool anidro, necessário para a produção da gasolina que chega aos tanques, apenas 1% dos postos ainda contava com gasolina. No entanto, no início da noite, já chegaram caminhões com o composto, informou o Sindicato dos Empregados em Postos de Serviços de Combustíveis e Derivados do DF (Sinpospetro-DF).
"Até o fim da noite devem ser produzidos de 600 mil a 1 milhão de litros de gasolina. Mas o processo completo ; incluindo a mistura, os testes de qualidade e as liberações das notas ; demanda tempo. Por isso, a expectativa é de que somente amanhã esta gasolina chegue aos postos", afirmou o presidente Sinpospetro-DF, Carlos Alves dos Santos.
No balanço divulgado pelo GDF, a garantia é de chegar aproximadamente 2 milhões de litros de álcool anidro nos próximos dias, o que seria suficiente para reabastecer os postos em pelo menos 10 milhões de litros de gasolina.
A partir das 17h, o transporte de etanol começou a ser direcionado para diferentes localidades, como Lago Sul, Candangolândia, Taguatinga e na EPTG. As filas ainda são enormes, inclusive em postos que apenas têm previsão de reabastecimento. "A expectativa inicial era de normalizar no fim de semana. Com a demora para chegada do álcool anidro e com muitos caminhões parados nos bloqueios, as filas devem durar até semana que vem ", disse Carlos Alves.
. O Sindicato das Empresas Transportadoras e Revendedoras de Gás LP do DF (Sindvargas) teme que o estoque de botijões de gás de cozinha chegue ao fim em poucas horas, já que a maioria das 400 revendas estão sem o produto. O Executivo local promete a chegada de 14,5 mil botijões. No entanto, a demanda média diária do DF é de 20 mil unidades.
Impactos
Diversos setores amargam prejuízos da greve de caminhoneiros. O setor de turismo estima perda de R$ 220 milhões, com mais de 5 mil reservas e eventos cancelados. Bares e restaurantes perderam R$ 80 milhões.
Segmentos de combustíveis e lubrificantes, além de hiper e supermercados do Distrito Federal já acumulam prejuízo de R$ 92,5 milhões desde o início da greve dos caminheiros. Com o levantamento, divulgado nesta terça-feira (29/5) pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF), a expectativa de crescimento do varejo em 2018 cai de 5,4% para 4,7%.