A Central de Abastecimento do DF (Ceasa) teve prejuízo de, pelo menos, R$ 10 milhões em 10 dias de greve de caminhoneiros. A situação começou a melhorar na segunda-feira (28/5), mas a distribuição dos produtos para a Ceasa e o resto do DF só deve se normalizar em oito dias.
De acordo com Fernando Santos, chefe da estatística da central, o valor perdido pode ser ainda maior. Só será possível calcular os prejuízos com o passar dos meses. "Não somos como o setor fabril, que paralisa a linha de montagem. Estamos falando de agricultura, que não para de produzir", afirma.
"Os efeitos posteriores podem ser ainda piores. Alguém que atrasou a colheita, vai ter prejuízo na hora de tratar a terra, e isso vai impactar na próxima safra. Pode ter impacto até na balança", completa Fernando Santos.
Há produtos que saíram do DF para serem vendidos em municípios de Minas Gerais, do Norte de Goiás e na Bahia e que estão estragando na carroceria. O mesmo ocorre com produtos que estão vindo de fora para Brasília.
Durante a crise o preço da saca de 50kg de batata subiu de R$ 100 para R$ 200. A caixa de 20kg de tomate passou de R$ 50 para R$ 130. Banana, mamão e maçã tiveram aumento de 20% a 30%. Os valores, agora, tendes a estabilizar.
A produção do DF destinada ao consumo local não foi afetada. O preço do alface e do chuchu, no entanto, caiu, pois os dois produtos costumam ser exportados. Com a greve dos caminhoneiros, a locomoção para outros locais ficou comprometida, os agricultores precisaram vendê-la aqui e, consequentemente, o preço caiu.