O desabastecimento em razão da greve dos caminhoneiros preocupa a área da saúde. Representantes dos setores público e privado se reuniram com o Ministério Público Federal do Distrito Federal (MPF-DF), na tarde desta terça-feira, 29/5, para apresentar as principais demandas e traçar estratégias para resolver o problema. Os estoques de insumos hospitalares devem durar mais três dias e as cargas de materiais e medicamentos não estão chegando porque algumas vias seguem fechadas.
[SAIBAMAIS];Estamos trabalhando com gerenciamento de riscos, algumas cirurgias eletivas que não causavam nenhum risco à saúde foram proteladas no final de semana e, na semana, já regularizamos, mas temos uma média de dois a três dias de margem, passando disso, a coisa pode se agravar;, alertou a superintendente do Sindicato Brasiliense de Hospitais, Casas de Saúde e Clínicas (SHB), Danielle Feitosa.
Segundo ela, as empresas alegam que não têm segurança nas estradas para trazer esses insumos e muitas delas estão voltando para suas bases sem fazer a entrega. ;O hospital é uma cidade. Temos milhares de insumos, tanto um detergente para limpeza e higienização, quanto um stent cirúrgico, uma prótese, órtese ou medicamento faz diferença. Um simples sabão pode nos trazer muita dificuldade;.
De acordo com a subsecretária de saúde, Martha Vieira, os medicamentos a serem entregues estão sendo monitorados. ;Existem alguns insumos a serem renovados como gás medicinal e óleo diesel para o transporte, itens que preocupam, mas suficientes para o atendimento normal, com um plano de contingência, adiando o que pode ser adiado, para economizar ao máximo;, explicou.
Na reunião, os representantes se comprometeram a fazer uma lista de prioridades que será encaminhada ao MPF-DF e repassada para as forças de segurança para que elas viabilizem a logística necessária para que essas cargas cheguem ao Distrito Federal.
;Já fizemos uma recomendação à Secretaria de Saúde e à Secretaria de Segurança para que essas demandas sejam priorizadas, a gente acredita que não vai ser necessário nenhuma ação judicial, já há um empenho das forças de segurança em priorizar as cargas e insumos hospitalares;, informou a procuradora-chefe da PRDF, Ana Carolina Roman.
Outra preocupação é com o combustível necessário para as viaturas hospitalares e o deslocamento dos funcionários. Uma das propostas das entidades presentes, que recebeu certa resistência, é de destinar um posto de gasolina do DF para atendimento exclusivo desses veículos e dos funcionários do setor.
;Essa demanda vai ser levada pelo representante da secretaria de segurança, mas a gente não tem uma convicção formada a respeito, toda a população passa por esse problema e a gente teria que entender como atender essas pessoas que vão trabalhar. É uma logística a se pensar especificamente em relação a esse caso;, disse Roman.
*Estagiária sob supervisão de