Se alguém lhe desejar um "Feliz Vesak", nesta terça-feira (29), é bom levar a sério. A manifestação revela puro amor e simboliza um desejo de que as pessoas espalhem o bem, se concentrem na felicidade e foquem em atividades edificantes. É assim, em todo o mundo, na quinta lua cheia do ano, quando os budistas comemoram o nascimento, iluminação e morte de Buda. Em Brasília, a celebração reunirá representantes de diferentes correntes budistas, de diversos países e de várias religiões, o que torna a comemoração na capital do país uma festividade singular, marcada pelo respeito à diversidade.
A celebração do Vesak na cidade, ou a Festa das Luzes, como é denominada, será antecipada para sábado (26), a partir das 18h, no Templo Budista, localizado na quadra 315/316 Sul. O Dia Internacional do Vesak é uma data, inclusive, reconhecida pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), desde 15 de dezembro de 1999.
A celebração do Vesak em Brasília reflete um pouco do que é o Brasil, segundo o monge Sato, da Escola Mahayana, uma das principais correntes do budismo no mundo. "A comemoração aqui é atípica, mas é a marca do Brasil, um país único, de pessoas acolhedoras e que recebem todas as culturas com carinho", disse o monge, responsável pelo Templo Budista de Brasília. Sato, juntamente com o Monge Ajahn Mudito, que representa a corrente budista da tradição Theravada, conduzirá a cerimônia do Vesak na capital.
A programação da Festa das Luzes foi construída de modo a atender às peculiaridades das várias correntes budistas e as expectativas próprias de nações onde predomina a prática da religião, como Tailândia, Indonésia, Nepal, Sri Lanka, Malásia, Vietnã, Índia, Myanmar e Coreia, países diretamente envolvidos na organização da celebração em Brasília. A preocupação maior, no entanto, é que o dia mais importante do budismo mundial seja marcado, principalmente, pela evocação da paz na capital, no Brasil e no mundo.
Simbolismo
A batida do sino grande pelos monges, uma liturgia cheia de simbolismos, marcará o início da celebração. Serão 10 badaladas, de um som vibrante e musical, cuja reverberação é um convite para a união dos povos, independente de raça ou religião. Cada badalada representa um feixe de luz, como se esse conjunto de raios abraçasse e trouxesse felicidade a todos, segundo o monge Sato. "A preocupação mundana, com os nossos vizinhos, foi fundamental para estipularmos somente 10 batidas de sino", explica o monge, caso alguém alerte sobre a necessidade de mais de uma dezena de badaladas para pacificar os ânimos na capital e no Brasil.
Quando as badaladas pararem de ecoar, começa o cortejo de meditação silenciosa ao redor do templo budista, com os participantes portando velas acesas. Serão três voltas na área externa que circunda o local, uma forma de levar luz para aqueles que estão fora do templo. Cada volta dedicada à Brasília, ao Brasil e ao mundo, manifestação que reflete um dos principais ensinamentos do budismo que diz "A luz do Buda é para todos, indistintamente". Após a ;procissão;, acontece a cerimônia religiosa, na nave do templo, e uma confraternização.
O Vesak no mundo
Não se sabe ao certo quando Buda nasceu e nem quando ele morreu. Historiadores estimam que ele viveu 80 anos, entre os séculos VI e V antes de Cristo (a.C.). As dúvidas terminam por aí. Buda nasceu em Lumbini, no Nepal, cidade considerada patrimônio da Unesco e que recebe milhões de peregrinos anualmente. No dia do Vesak, budistas, e simpatizantes, vão aos templos para prestar reverência à Buda e renovar a esperança e compaixão aos semelhantes.
Programação
17h: abertura dos portões do templo ao público
18h: batidas do sino grande pelos monges e início do cortejo de meditação silenciosa ao redor do templo com as velas acesas
19h: cerimônia religiosa na nave do templo
20h: Confraternização
20h30: apresentação de Tai chi chuan
21h: apresentação de Yoga
Local: Templo Budista de Brasília. EQS 315/316 - Asa Sul