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O quarto dia da greve dos caminhoneiros toruxe o caos a diversos serviços no Distrito Federal nesta quinta-feira (24/5). Filas quilométricas em postos, falta de combustíveis, protestos, engarrafamentos e problemas de abastecimento em supermercados e também na Central de Abastecimento do DF (Ceasa), onde os preços subiram até 140%, deixam a população de Brasília em estado de alerta.
Desde a quarta-feira (23/5), da Petrobras, no Setor de Indústrias e Abastecimento (SIA), impedindo que os caminhões abasteçam os postos de combustíveis. Hoje, o grupo, de cerca de 150 pessoas, entre motoboys, caminhoneiros, motoristas de aplicativos e de transporte escolar, continuou bloqueando o local.
A Polícia Militar do DF tenta negociar a liberação do local, mas sem sucesso. O clima ficou tenso no fim da manhã. Os manifestantes não aceitaram negociar a saída de alguns veículos e havia risco de confronto. Participantes do protesto se deitaram no chão e os militares avisaram, que, se necessário, usariam a força.
De manhã, apenas três caminhões vinculados ao Governo do Distrito Federal (GDF) deixaram a central de abastecimento. Eles foram escoltados por policiais para suprir a necessidade de hospitais, como abastecimento de ambulâncias, e de outros órgãos, incluindo a própria PM.
Contingenciamento do Aeroporto de Brasília
[SAIBAMAIS]Mesmo após o reabastecimento escoltado e o contingenciamento de combustível, o Aeroporto Internacional de Brasília Juscelino Kubitscheck só tem combustível até as 17h desta quinta-feira (24/5). De acordo com a Inframerica, concessionária que administra o terminal, só havia 330 mil litros de querosene restantes no fim da manhã. A empresa não informou, no entanto, se haverá cancelamentos devido ao problema. A administradora recomenda que os passageiros tirem dúvidas com as empresas aéreas.
A Inframerica reuniu-se com as companhias aéreas e as empresas de combustível para racionar o querosene. Assim, desde hoje, somente pousarão no Aeroporto de Brasília aeronaves com capacidade para decolar . O Aeroporto de Brasília é o terceiro mais movimentado e um dos maiores centros de conexão do país.
Trânsito parado em várias vias
A quinta-feira começou com um grupo de 80 motociclistas , uma das principais vias do DF, por volta das 6h. O protesto ocorreu na altura da Unieuro e interditou três faixas da via, inclusive a pista exclusiva para ônibus. O engarrafamento no local chegou a 5km, segundo a Polícia Militar, e impactou outras vias, especialmente o centro de Taguatinga.
Com o caos gerado no trânsito, por algumas horas, até que a situação se normalizasse, ao meio-dia. Após bloquearem a passagem na Estrada Parque Indústria e Abastecimento (Epia), os motociclistas , altura da Cidade do Automóvel. O bloqueio começou por volta das 10h30.
À tarde, manifestantes fizeram novos bloqueios. A Polícia Militar impediu que a Estrada Parque Aeroporto (EPAR) fosse fechada por um grupo de motoristas de transporte por aplicativos, mas, mesmo assim, o trânsito ficou lento no local. Houve registros de mais protestos e engarrafamentos também na Estrada Parque Indústria e Abastecimento (Epia), na BR-060, na DF-150, no quilômetro 57 da BR-020 e na BR-080, na divisa entre DF e Goiás.
Fila nos postos e preços abusivos
O fechamento da central da Petrobras no SIA fez com que a gasolina começasse a faltar em alguns postos. Os brasilienses então, formaram longas filas na esperança de deixar o tanque e não correr o risco de ficar sem carro nos próximos dias.
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O movimento começou ainda na noite de quarta-feira, quando, por volta das 22h30, ao menos cinco estabelecimentos na região central da capital tinham filas com mais de 20 carros. Em um deles, um funcionário informou à reportagem que o estoque de gasolina era suficiente só até meia-noite.
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A situação piorou nesta manhã. . A rede de postos Jarjour, que tradicionalmente adere ao Dia da Liberdade de Impostos, comemorado hoje, estava vendendo a gasolina a R$ 2,98 o litro. Vídeo enviado ao Correio pelo leitor Leonardo Moisés, mostrou o congestionamento formado na Asa Norte.
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Na SQN 305 Norte, os moradores viveram uma situação inusitada. A fila no posto de gasolina próximo ficou tão longa que os moradores não conseguiam sair de carro da quadra depois do almoço. O engarrafamento se formou nas pistas entre os blocos, causando grande transtorno e discussões.
Aproveitando a alta demanda e baixa oferta, alguns postos subiram os preços de forma abusiva. O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, determinou que o Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-DF) . A medida é para que o órgão atue em todas as regiões administrativas.
Cenário incerto para o transporte público no DF
A crise dos caminhoneiros também deixa incerta a circulação de ônibus no Distrito Federal nos próximos dias. Por conta dos bloqueios nas estradas, o estoque de diesel não está sendo reposto nos tanques das empresas de ônibus. A São José, que atende seis cidades do DF, por exemplo, avisou que o combustível só era suficiente para rodar com a frota normal até sábado.
A Pioneira, que atende nove cidades da região sudeste do Distrito Federal, informou que, por enquanto, a frota de ônibus está circulando normalmente, mas que não sabe se será assim amanhã. O mesmo acontece com a TCB, que trafega no Plano Piloto. O caminhão que deveria abastecer os ônibus da TCB está preso, junto com outros caminhões tanque, no centro de abastecimento da Petrobras, no SIA.
Alerta sobre falta de gás de cozinha
A tensão também cresce em torno do risco de desabastecimento de gás de cozinha. Ontem, o Sindicato das Empresas Transportadoras e Revendedoras de Gás LP do Distrito Federal (Sindivargas) emitiu um alerta com previsão de que o estoque nas revendedoras deve durar apenas até sexta-feira (25/5).
Hoje, o condomínio Carpe Diem, em Taguatinga, por exemplo, enviou um alerta aos moradores informando que o local só possui 20% do gás de cozinha no estoque. No texto é descrito que o abastecimento sempre ocorre no fim do mês, mas que a greve está impossibilitado isso. Moradora do local, Manoelina Gonçalves, 47 anos, teme que os moradores entrem em desespero. "O Brasil está ficando estranho. Tudo muito caro", reclama.
Governo e caminhoneiros buscam acordo
Há quatro dias, para forçar, entre outras reivindicações, a redução do preço do diesel. A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) quando a redução de impostos dos combustíveis for publicada no Diário Oficial da União (DOU). O presidente da entidade demonstrou revolta com a decisão do presidente do Senado, Eunício Oliveira, viajar para o Ceará, atrasando a votação no Congresso. "Se não tivermos uma resposta hoje, será um caos neste país", disse.
, com os ministros da Fazenda, Eduardo Guardia; dos Transportes, Valter Casimiro; de Minas e Energia, Moreira Franco. Também estão na reunião o presidente da Petrobras, Pedro Parente, e o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid. A realização do encontro foi informada pelo Palácio do Planalto.
A Petrobras anunciou que, , o preço médio do litro da gasolina A sem tributo nas refinarias será de R$ 2,0160, com queda de 0,72% em relação à média atual de R$ 2,0306. Essa é a terceira queda consecutiva anunciada pela empresa. Já o valor médio nacional do litro do diesel A recuou 8,95%, para R$ 2,1016, ante a medida atual de R$ 2,3083.
A Bovespa iniciou os negócios hoje em queda de mais de 2,0%, conduzida pelas . O desempenho reflete o descontentamento do investidor com a decisão da companhia de .
Serviços afetados em todo o país
Além do abastecimento de combustível, . Na capital paulista, 40% da frota dos ônibus municipais não irão circular nesta quinta-feira. As montadoras de veículos alertam que a produção pode parar se os protestos continuarem até o fim de semana.
Na quarta-feira, a Advocacia-Geral da União (AGU) obteve liminar na Justiça Federal para que os manifestantes para garantir o abastecimento de combustível da capital do país. A ordem de liberação alcança as rodovias BR-040, BR-050, BR-060, BR-070, BR-080 e BR-251.
Cinco rodovias continuam interditadas pela categoria no Distrito Federal e Entorno. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), há três pontos de protesto na BR-060. Na altura do Engenho das Lages, no km 30, está paralisada para caminhões nos dois sentidos, apenas veículos de passeio são liberados. Além disso, também há manifestação no km 28 e no km 14 da rodovia.
Na BR-050, a manifestação acontece no Km 98, em Cristalina, é pacifica e há liberação da via para carros e ônibus. Na BR-020 são três pontos de interdição. No km 1 e 11, em Goiás, e no km 57, na altura da divisa de Brasília com Goiás, próximo a DF 100.
Na BR-040, os caminhoneiros se concentram no km 95, na altura de Cristalina, e no km 10, em Luziânia. A manifestação também é pacífica e os caminhoneiros contam com a solidariedade da população, que se movimenta para arrecadar alimentos e água.
Na BR-080, a manifestação é no km 39, na divisa do Distrito Federal com Goiás. O trânsito é liberado para veículos de passeio e veículos com cargas perecíveis e cargas vivas.
*Estagiário sob supervisão de Jacqueline Saraiva