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Descoberto alcança 93% de volume útil, maior índice desde maio de 2016

Chuvas desse sábado (19/5) fizeram os níveis dos dois maiores reservatórios do Distrito Federal alcançarem números positivos. Há dois anos os brasilienses não tinham tanta água disponível

As chuvas desse sábado fizeram os reservatórios do Descoberto e de Santa Maria alcançarem novos e altos índices de abastecimento. Aos 93% do volume útil, o primeiro, de acordo com as medições da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa), tornou a elevar o nível de água no reservatório. A novidade deixa os brasilienses em uma situação mais confortável, a poucos dias do fim do racionamento, que já faz parte da rotina de moradores e comerciantes do DF há quase um ano e meio.

A barragem do Descoberto chegou a ficar praticamente seca, com 5,3% de volume, em 7 de novembro do ano passado. A última vez que o reservatório esteve tão cheio foi há dois anos, em maio de 2016. O reservatório de Santa Maria, segundo maior responsável por abastecer casas e estabelecimentos comerciais do DF, também registrou alta e começa a semana com 58,6% do total. A última vez que esteve tão cheio foi em agosto de 2016. O fim do racionamento já foi anunciado pelo governo de Brasília e deve acontecer em 15 de junho.

Apesar da boa notícia, as autoridades locais frisam que o período de seca já está começando, e que esses devem ser os últimos dias de precipitações no DF e Entorno, ou seja, não há motivos para se descuidar na economia diária de água potável.
Neste domingo (20/5), o governador comemorou o alcance dos 93% da barragem do Descoberto. O chefe do Executivo local exaltou a colaboração da população, que se reeducou ao longo do período de estiagem, economizando e aprendendo, de forma consciente e sustentável, a utilizar a água disponível. "É uma alegria ter uma chuva forte como essas já no final do mês de maio. Choveu 58 milímetros em Brazlândia", disse o governador ao Correio. Rollemberg exaltou, também, as obras feitas pelo governo de Brasília, especialmente as que permitiram a captação de água no Lago Paranoá e no córrego do Bananal. "Além dessas, as obras de transposição que permitem que, hoje, cidades antes abatecidas pelo Descoberto, recebam 550 litros de água por segundo, aliviando a barragem do Descoberto", disse.
O fim do racionamento foi anunciado um ano e quatro meses após o início de uma crise hídrica histórica no Distrito Federal, no último dia 3. "Por todos esses motivos, estou certo de que, a partir do dia 15 de junho, poderemos interromper o racionamento com total segurança e chegaremos no momento mais baixo da barragem, no próximo período, acima dos 20%, que é a reserva técnica adequada para este caso", finalizou Rollemberg.
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Os novos hábitos, como definiu o governador, surtiram efeito. O consumo de água na capital federal caiu 12% em 2017, se comparado ao ano anterior. Antes do esquema imposto pelo Executivo, diante da maior seca da história de Brasília, a média de uso de água era de 147 litros diários por pessoa. Esse valor caiu para 129. Apesar de ser um bom sinal de conscientização, o número ainda é superior ao recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS): 110 litros de água por pessoa/dia.
Na série de reportagens , publicada entre 16 a 20 de dezembro de 2017, o Correio mostrou o impacto do rodízio de abastecimento na população da capital federal.
Para este domingo, O Instituto Nacional de Metereologia (Inmet) prevê chuva, porém em uma intesidade menor que a registrada no sábado. "A previsão é de chuva mais fraca do que a ontem (19/5). A precipitação também não será generalizada, ela deve acontecer em áreas isoladas. Para o dia, o casaco não deve faltar, pois será um domingo frio", afirma o meteorologista Mamedes Luiz Melo.
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