Jornal Correio Braziliense

Cidades

Capital Empreendedora chega ao segundo dia; veja como participar

No primeiro dia do Capital Empreendedora, palestrantes destacaram a importância de se buscar qualificação, criar uma rede de contatos e compartilhar ideias. Evento continua hoje, com mais debates e mentorias

Continua hoje o ciclo de palestras do Capital Empreendedora, maior evento do setor da Região Centro-Oeste. O encontro ocorre no Centro de Convenções Ulysses Guimarães e conta com apresentações e dicas de empresários e investidores, painéis e uma feira de startups. O ambiente é ideal para criação de networking e desenvolvimento do próprio negócio. O evento busca, entre outras coisas, diminuir a mortalidade de empresas no país. Pesquisas mostram que seis a cada 10 empreendimentos fecham as portas nos primeiros cinco anos de vida no Brasil. A expectativa é de que 3 mil pessoas participem dos dois dias de evento.

Durante as apresentações, palestrantes deram dicas preciosas. Coube a Erico Rocha, especialista em marketing e lançamento de negócios, a primeira apresentação do dia. Ele falou sobre os desafios de começar um negócio. A meta, segundo ele, é que o empreendedor consiga faturar, em pouco tempo, o que esperava ganhar em um mês ou um ano, um método que ele batizou de ;fórmula de crescimento;. ;Dá trabalho. Previsível é ficar de mimimi. O interessante é desafiar o previsível;, recomendou.

O consultor em franquias Marcelo Cherto falou sobre a tendência de crescimento dos negócios de franquia no país e as dificuldades que o empreendedor encontra no atual cenário. ;O mercado está apertado. Está difícil conseguir espaço e a fidelidade do consumidor está em queda. Nesse momento, no país, tudo concorre com tudo. Você pode escolher dar uma roupa de presente no Natal ou um celular. Mas, mesmo com esse cenário e com a crise financeira, o mercado de franquias tem apresentado crescimento. Entre dezembro de 2016 e dezembro de 2017, subiu 8%;, afirmou.

Um dos focos da palestra de Camila Farani, integrante do programa televisivo sobre empreendedorismo Shark Tank Brasil e fundadora do Grupo Boxx, foi o olhar do empreendedor para o próprio negócio. Ela destacou que, antes de pensar em dinheiro, é importante se apaixonar pelo motivo do empreendimento. ;Grandes líderes são apaixonados pela sua causa. É a diferença entre o mercenário e o missionário. O missionário tem paixão, acredita no que faz, busca significado. O propósito impacta o negócio;, explicou.

Fundador do Capital Empreendedora, o empresário Milton Camargo conta que idealizou a mostra após tentar conectar empreendedores do Distrito Federal. ;Não obtive sucesso e senti que devia fazer algo a respeito. Daí surgiu a ideia. Fizemos o primeiro evento com recursos próprios e nos surpreendemos. Tivemos 700 inscrições;, recorda.


Transformação cultural

A Ei! Comunidade de Aprendizagem para Empreendedores, programa da Fundação Assis Chateaubriand, também está com um stand no evento para apresentar a jornada, que tem como objetivo preparar para o mercado de forma mais humana e disruptiva. No local, os participantes podem conhecer melhor a proposta do programa de seis meses de preparação para o mercado em duas atividades interativas, com realidade virtual e aumentada.

Em painel sobre educação empreendedora, a superintendente executiva da fundação, Mariana Borges, o head da 10K Startups, Felipe Matos, e Ana Clévia Guerreiro, gerente de Comércio e Serviços do Sebrae Nacional, expuseram ideias sobre o tema. Ao Correio, Felipe Matos, empreendedor há 20 anos, falou sobre a necessidade de mudar o modelo de educação brasileiro. ;O modelo tradicional é voltado para formar funcionários, empregados da Era Industrial. A educação empreendedora tem que formar pessoas capazes de lidar com um mundo que é muito mais diverso, incerto, em que elas precisam criar projetos, resolver problemas, lidar com situações novas, tudo muito diferente do que fomos treinados. Esse modelo precisa de um formato baseado na resolução de problemas e em projetos;, destacou.

Ana Clévia, do Sebrae Nacional, concorda com Felipe. ;Nós acreditamos que o empreendedorismo vai impulsionar outros setores da sociedade, sejam econômicos, sejam sociais;, defendeu.

Mariana Borges também comparou o aprendizado na educação básica e superior e a educação empreendedora. ;Saímos da escola sem saber falar em público ou formar times, por exemplo. Depois, falam para fazermos um planejamento estratégico no trabalho, mas, na escola, éramos executores. A educação empreendedora supre em partes essa carência. Empreendedorismo, acreditamos, é ter uma atitude diferente para a vida, ser um esportista, viajar, conhecer pessoas, isso te torna uma pessoa inovadora.;

Na prática

A nutricionista Patrícia Kanno, 37 anos, moradora de Arniqueiras, sente na pele a diferença entre o que é oferecido pela educação formal e as técnicas ensinadas pela educação empreendedora. Ela abriu uma clínica multidisciplinar de saúde e tem de lidar com desafios que nunca imaginou. ;Abrir o próprio negócio era um sonho. Dou aulas e sempre gostei de atender, mas essa é uma área totalmente nova. Abrir uma empresa e me descobrir como empreendedora é todo um processo;, descreveu.

Ela participou do painel e saiu motivada do encontro. ;Percebi com as exposições de ideias que a ciência do empreendimento pode ser ensinada, e estou me qualificando. Mas também está relacionada com o que somos e o que queremos. É despertar o seu ;eu empreendedor;. É quando somos líderes, nos envolvemos e fazemos amigos;, constatou a profissional.


Programe-se

Ainda há ingressos disponíveis para hoje. Informações e programação: www.capitalempreendedora.com ou pelo Facebook e Instagram @CapitalEmpreendedora
Hoje, das 8h às 19h, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães


Ei!
As inscrições para a jornada de seis meses da Ei! Comunidade de Aprendizagem para Empreendedores, da Fundação Assis Chateaubriand, começaram ontem, pelo site www.ei.org.br. Interessados podem entrar em contato pelo e-mail ei@facbrasil.org.br e acompanhar as novidades pelo Facebook, Instagram e Twitter @ComunidadeEi.