Jornal Correio Braziliense

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Conclusão de reforma na Rodoviária do Plano Piloto é adiada mais uma vez

Iniciada em 2014, obra deveria ter sido concluída em 2016. Tapumes, poeira e fios expostos têm causando transtornos para passageiros e comerciantes que trabalham no local



Tapumes, sujeira, barulho, fios e ferros expostos. Esse é o cenário de canteiro de obras que os frequentadores da Rodoviária do Plano Piloto enfrentam há meses. Isso, é claro, sem falar da disputa por espaços com ambulantes, que muitas vezes espalham suas mercadorias no chão do local, atrapalhando o tráfego de pedestres. Em reforma desde 2014, a restauração da rodoviária não avança e a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) adiou, mais uma vez, a conclusão das obras para abril de 2019. O último prazo dado era abril de 2018.

O motivo da demora, segundo a Novacap, foi o fato de a empresa vencedora da licitação ter o contrato unilateralmente rescindido, devido a atrasos no cronograma físico e financeiro da obra. "O processo de rescisão foi finalizado e os trabalhos retomados após a assinatura do contrato com a segunda colocada na licitação;, informou em nota. Iniciada em agosto de 2014, a previsão de entrega estava marcada para novembro de 2016.
Após a saída da empresa, a obra teve de ser parada, com apenas 20% dos reparos feitos, conforme informou a companhia ao Correio em agosto do ano passado. Em novembro, o serviço foi retomado, mas, mesmo assim, o GDF diz que o percentual concluído até agora segue o mesmo. Questionada várias vezes, a Novacap não respondeu o porquê de a obra não avançar. A obra foi licitada em mais de R$ 26 milhões e R$ 6,5 milhões foram usados até agora.
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Toda a Plataforma B da Rodoviária está isolada para manutenção na parte elétrica e troca de piso. Com isso, o embarque no BRT foi transferido para a plataforma F. Morador do Gama, o estudante Samuel Santos, 21 anos, diz que está difícil circular pelo local. "A Rodoviária sempre foi cheia na hora do rush, com essa parte isolada está muito difícil circular por aqui", reclama.

Além dos passageiros, a obra está afetando a vida de comerciantes que trabalham no local. A reportagem flagrou ao menos quatro estabelecimentos comerciais com faixas informando que estava funcionando normalmente. Isso porque os acessos às lojas pela Plataforma B estão isolados, o que dá um aspecto de abandono à região.

Dono de uma lanchonete, o comerciante Eric Paulo, 20 anos, diz que o movimento caiu bastante desde que um dos lados da entrada do comércio foi fechada. "Vem pouca gente aqui agora. Eles falaram que a obra ia até março. O rapaz da outra loja ali, por exemplo, ficou no prejuízo porque a loja dele está totalmente fechada", afirma.

TCDF aponta necessidade de reforma desde 2012

Assim como fez em vários viadutos e monumentos do centro da capital, inclusive o que caiu em fevereiro na Galeria dos Estados, o Tribunal de Contas do DF inspecionou e alertou, em 2012, que a Rodoviária do Plano Piloto precisa de reformas por apresentar rachaduras e fissuras nas estruturas; infiltrações com possível desagregação de concreto; desprendimento de revestimento, com risco aos passageiros; rede elétrica com fiação exposta; luminárias ausentes ou danificadas; escadas rolantes e elevadores inoperantes; pisos danificados; dispositivos de combate de incêndio precários; e alvenaria, pintura e esquadrias danificadas.

Faz parte da obra os seguintes serviços:

- Cobertura da área total com piso em granitina;
- Substituição das esquadrias em alumínio e vidros da galeria técnica;
- Novas instalações elétricas, eletrônicas e de lógica, hidráulicas, sanitárias e gás;
- Instalação de sistema completo contra incêndio e Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA);
- Instalação de sistema central de ar condicionado;
- Instalação de brises no subsolo;
- Reforma completa das áreas administrativas;
- Execução de todos os equipamentos e sinalizações para acessibilidade;
- Execução de sistema de exaustão mecânica nos sanitários;
- Estucamento e pintura da laje das plataformas;
- Recuperação da ferragem exposta das estruturas em concreto armado;
- Nova pavimentação de circulação dos ônibus incluindo baias;
- Nova rede de drenagem interna de águas pluviais;
- Recuperação de mantas asfálticas dos pavimentos e execução de serviços de impermeabilização.
- Substituição de todas as grelhas metálicas dos estacionamentos do pavimento superior;
- Reforma total do mezanino;
- Execução de rede para iluminação externa da edificação e baias.
* Estagiário sob supervisão de Anderson Costolli