Adir conta que entrava no carro dele, estacionado no subsolo do prédio, quando foi abordado por Gustavo, o encarregado e o advogado do condomínio. "Eles falaram que eu não podia filmar. Nesse momento, puxei o aparelho e filmei as ameaças que sofri. Foi quando fiquei nervoso com a situação, desci do carro e questionei o advogado", explica.
"Eles fizeram uma emboscada. O encarregado bateu na minha mão e meu celular caiu. Em seguida, me deu o golpe. Antes de desmaiar, a última coisa que vi foi o porteiro correndo. Ao recobrar a consciência, vi que estava sozinho e sem celular. Imediatamente entrei no carro e fui até a delegacia", finaliza o contador.
Segundo o delegado-adjunto João de Ataliba Nogueira, a briga entre Adir e Gustavo se arrasta desde 2017. "Hoje, houve a evolução do caso. O ex-síndico, que é morador do local, foi agredido. Tudo aconteceu em frente do atual síndico e do advogado do condomínio. Adir alega que o aparelho continha inúmeras provas das várias ocorrências registradas na delegacia e, por isso, o grupo teria roubado o celular", esclarece.
De acordo com informações da Polícia Civil, Adir tem cerca de 40 boletins de ocorrência registrados contra Gustavo Henrique por delitos como ameaça e difamação. Na manhã desta quarta-feira (16/5), os dois participaram de uma audiência de conciliação, que não chegou a acordo.
"Quando eles se encontraram, acabou acontecendo um novo conflito. O que fizemos aqui hoje é tentar evitar que a situação se agrave e evolua para algo pior", afirma o delegado.
A defesa de Gustavo e do encarregado nega as acusações de roubo e alegará legítima defesa. Eles alegam que Adir proferiu xingamentos contra as três pessoas presentes: o porteiro, o atual síndico e o encarregado. "Ele começou a gritar conosco e, muito alterado, saiu do carro e partiu para cima de mim, meus óculos até ficaram danificados. O encarregado apenas me defendeu, o segurando. Ele é faixa-preta em jiu-jitsu e, se a intenção fosse realmente machucar o Adir, isso seria possível", analisa Gustavo.
Contas reprovadas
À época que Adir foi síndico, Gustavo participou da chapa como conselheiro fiscal, ao lado de mais três pessoas. Quando houve novas eleições, em abril de 2017, o homem acabou reeleito.
"Fizemos a assembleia, onde reprovamos a prestação de contas do Adir, também votamos a destituição dele do cargo de síndico, com o resultado de 97 contra 1. Na ocasião, ele fez um boletim de ocorrência na polícia indicando que a ata era fraudulenta. Contudo, quando chegou na área cível, foi arquivado por falta de materialidade", ressalta Gustavo.
[FOTO1161009]
Em assembleia, aprovou-se a contratação de uma empresa terceirizada de contabilidade para a análise da prestação de contas apresentada por Adir. O documento (veja galeria) aponta um rombo de R$ 154 mil. Para Adir, a nova gestão o persegue. "Eles não querem que eu volte como síndico do condomínio e, por isso, me acusam de crimes que não cometi", afirma.