Apesar de serem divorciados à época, os dois ainda moravam juntos e mantinham relação de afeto, segundo consta no processo. Anésio era contra a ideia da adoção e, irritado, usou um machado para golpear o rosto de Elza. O homem também atacou a mulher com uma faca, e só parou quando conseguiu acertar o coração da vítima.
Anésio foi condenado por homicídio quadruplamente qualificado. Segundo a denúncia feita pela Promotoria de Justiça do Tribunal do Júri de Samambaia, o crime foi praticado por motivo fútil, por meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, além de decorrer de razões da condição do sexo feminino em contexto de violência doméstica, caracterizando o feminicídio.
[SAIBAMAIS]O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) recorreu da decisão para que a pena seja aumentada. O MPDFT alegou que Anésio aproveitou-se da relação íntima de afeto e convívio que possuía com a mulher para cometer o delito. O recurso ainda será analisado pelo TJDFT.
Oito casos de feminicídio
De acordo com o último relatório divulgado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP/DF), entre janeiro e março deste ano aconteceram oito casos de feminicídio no Distrito Federal e 18 tentativas de feminicídio. No mesmo período de 2017, ambas as estatísticas foram inferiores: sete e 11, respectivamente. Além disso, de 2015 para 2017, as tentativas do delito cresceram 950%. O número que era de seis em 2015 passou para 63 no ano passado.
Na última semana, a morte de Jéssyka Laynara da Silva Souza chocou o DF. Ela foi assassinada a tiros pelo ex-namorado e policial militar Ronan Menezes do Rego na sexta-feira passada (4/5). Ronan se entregou à polícia. Preso em flagrante, ele foi conduzido ao Complexo Penitenciário da Papuda. A Justiça determinou a detenção do militar por tempo indeterminado.
Com informações do MPDFT