A família de
Jéssyka Laynara da Silva Souza, 25 anos, morta pelo ex-noivo Ronan Menezes do Rego, 27, na sexta-feira (4/5), gravou um vídeo em apoio à passeata contra o feminicídio, marcada para sábado (12/4), às 16h. Os manifestantes sairão da casa da vítima, na EQNO 15, no Setor O, em Ceilândia, e vão percorrer a Avenida Leste da cidade. Na volta, passarão pela Via Oeste, voltando ao ponto de partida, onde pretendem montar um jardim em homenagem à jovem.
No vídeo, familiares da de Jéssyka chamam a população para o protesto: "Para todas as Jéssykas que sofrem agressões físicas e psicológicas"; "Por todas as Jéssykas que têm medo de denunciar"; e "Para que nenhuma Jéssyka seja tirada de sua família de maneira covarde". Essas são algumas das frases de protesto gravadas em vídeo. A última é da avó da vítima, Madalena Honorata da Silva: "Para todas as Jéssykas, que a justiça seja feita".
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Marcelino Bonfim é o responsável por organizar o evento. Ele é amigo da família de Pedro Henrique da Silva Torres, 29, que também foi baleado pelo policial militar, com três tiros. O jovem passou por cirurgia no Hospital Regional de Ceilândia (HRC) no dia do crime e está bem, internado na enfermaria.
De acordo com Marcelino, o objetivo da passeata é pedir justiça no caso de Jéssyka e também o fim da violência contra a mulher. "A passeata é contra o feminicídio como um todo, mas tendo como ponto de partida o que aconteceu com a Jéssyka, uma menina que era tão querida por todos", afirma.
No fim do protesto, os manifestantes pretendem fazer um jardim no campo de futebol, localizado à frente da rua da jovem. "Pedimos autorização para a Administração Regional de Ceilândia para a realização do projeto. Queremos montar um cerco com pneus, para evitar a depredação do espaço e plantar uma árvore, para representar a Jéssyka", finaliza Marcelino.
Assassinada a tiros em casa
Jéssyka Laynara da Silva Souza, 25, foi morta com cinco tiros à queima-roupa, pelo ex-namorado, o policial militar Ronan Menezes do Rego, 27, dentro da casa onde vivia com a família, no Setor O, em Ceilândia, na sexta-feira (4/5). Após cometer o crime, o soldado foi até uma academia, na EQNO 2/4, onde atirou pelo menos três vezes contra o instrutor Pedro Henrique da Silva Torres, 29, que sobreviveu.
Ronan se entregou à polícia no batalhão de Ceilândia, com a presença de uma advogada, no mesmo dia do crime. Ele acabou preso em flagrante e conduzido à 24; Delegacia de Polícia (Ceilândia). Posteriormente, foi transferido para o 19; Batalhão da PMDF, localizado no Complexo Penitenciário da Papuda. No sábado (5/5), a Justiça determinou a prisão por tempo indeterminado do militar. Ele responderá por feminicídio e tentativa de homicídio qualificado.
Duas semanas antes de ser morta, Jéssyka teria sido agredida fisicamente pelo ex-companheiro, na casa dele, localizada na mesma região administrativa. A vítima relatou o caso a uma amiga, por áudio de WhatsApp e enviou fotos das marcas que teve no corpo. Familiares denunciam o relacionamento abusivo.
Na segunda-feira (7/5), o comandante da Polícia Militar, coronel Marcos Antônio Nunes, garantiu que a corporação abriu um processo disciplinar para avaliar o caso e informou que Ronan teve o porte de arma suspenso e será expulso da PM.