Jornal Correio Braziliense

Cidades

Após 3 meses, carros soterrados na Asa Norte começam a ser retirados

Ainda falta a elaboração do projeto de reconstrução, mas há certeza de que a estrutura do edifício não foi danificada

Os 23 veículos soterrados por desabamento na Asa Norte começaram a ser retirados nesta quarta-feira (9/5). Um carro foi retirado pela manhã e o procedimento continua durante a tarde. Essa é a primeira etapa de uma série de intervenções, que começam com a retirada dos escombros e dos veículos danificados.

As próximas fases serão conduzidas a partir do laudo emitido pela seguradora do edifício. Ainda falta a elaboração do projeto de reconstrução, mas há certeza de que a estrutura do edifício não foi danificada com a queda do avanço de garagem, como apontado pelos engenheiros.

As intervenções são pagas pelo condomínio. A seguradora do edifício, Tokio Marine, foi acionada, mas ainda não arcou com os prejuízos. A síndica do edifício, Mônica Kremer Evangelista, 50 anos, ressalta que os moradores têm colaborado. ;Conseguimos uma união bem forte. Todos compreendem que o incidente não gerou danos além dos materiais;, destaca.

Após a retirada de uma Hyundai Tucson dos escombros, uma Jaguar está com o caminho liberado e, até por volta das 15h30, aguardava o guincho. De acordo com o advogado responsável pelo condomínio, Kleber de Miranda Barreto, os 23 veículos danificados tinham seguro particular e tiveram diagnóstico de perda total.

Em nota, a seguradora do prédio informou que "o processo se encontra na etapa de análise técnica. Os peritos da Tokio Marine estão no local acompanhando as obras de desentulho. Ao fim dessa atividade, concluiremos nossa análise e emitiremos nosso parecer."

Susto durante a madrugada

No fim da madrugada de 4 de fevereiro, a estrutura superior à garagem do Bloco C da 210 Norte despencou. Devido ao forte estrondo, os moradores chegaram a cogitar a ocorrência de um terremoto. Apesar da preocupação inicial de haver uma pessoa soterrada, o Corpo de Bombeiros identificou não haver vítimas.

Conforme análise feita pela Defesa Civil, fatores como o peso da laje, a impermeabilização de forma inadequada e a ferrugem nas estruturas de sustentação podem ter sido responsáveis pela queda.

Alguns moradores optaram por deixar o edifício por um tempo. Por recomendação do condomínio, os demais tiveram que ficar horas sem energia, banheiro e gás de cozinha. Em solidariedade, outras pessoas da quadra, inclusive zeladores dos blocos, disponibilizaram sanitários. Mesmo após o restabelecimento da luz, os elevadores permaneceram sem funcionamento e metade das lâmpadas ficaram desligadas.

Um grupo de residentes chegou a se alternar para vigiar o pilotis, com medo que um incêndio pudesse ter início, já que os veículos danificados liberaram combustíveis. Os moradores também se organizaram para contratar um segurança que ajudasse no trabalho do zelador durante a noite.

* Estagiária sob supervisão de Mariana Niederauer