Cidades

Ex-namorada assassinada por PM havia sido agredida por ele há poucos dias

Jessyka Laynara Silva contou sobre a agressão a uma amiga, mas preferiu não prestar queixa. "Era um relacionamento abusivo e, assim como acontece com várias outras mulheres, ela tentava sair e não conseguiu", relatou uma prima da vítima

Bruna Lima - Especial para o Correio, Sarah Peres - Especial para o Correio
postado em 04/05/2018 21:52
Jessyka do lado de Ronan: ele não aceitava o fim do relacionamento, que durou cerca de seis anos, e a perseguia, segundo familiaresJessyka Laynara da Silva, ex-namorada do policial militar Ronan Menezes do Rego, havia sido agredida por ele há poucos dias, conforme relatou uma prima da vítima ao Correio. "Há poucos dias ele deu uma porrada na cabeça dela, mas ela não fez denúncia, só contou para uma amiga e disse que, se algo acontecesse, a culpa era dele. Era um relacionamento abusivo e, assim como acontece com várias outras mulheres, ela tentava sair e não conseguiu. Agora é lutar por justiça", disse Talita da Silva Gomes, 32 anos.
Familiares relataram que uma tia de Jessyka também morreu vítima de violência doméstica. A família ainda não tem informações sobre o dia e horário do velório. As agressões e ameaças de Ronan eram constantes. Eliane Maria da Silva Araújo, tia da vítima, conta que o policial havia apontado a arma para outro homem com quem ela saiu depois do fim do relacionamento com o militar. "Ela procurava um jeito de acabar sem que acontecesse uma tragédia", lamenta a tia.
Ronan Menezes do Rego matou a tiros a ex-namorada na tarde desta sexta-feira (4/5), em Ceilândia. Depois de cometer o crime, por volta das 14h, ele seguiu para uma academia, também na região administrativa, onde atirou contra um amigo da vítima, Pedro Henrique da Silva Torres, 29, que segue internado em estado crítico, no hospital regional da região administrativa. Os três disparos atingiram o peito, a mão e a perna do homem. A caso é investigado pela 24; Delegacia de Polícia (Setor O - Ceilândia).

Violência contra a mulher

A Lei Maria da Penha, sancionada em agosto de 2006, prevê, além das medidas protetivas, que determinam o afastamento do agressor, ações educativas com o objetivo de prevenir casos de violência doméstica e contra a mulher. Especialistas destacam esse é o caminho para se alcançar, a longo prazo, a redução do número de mortes.

A legislação traz uma parte específica, dedicada a medidas integradas de prevenção, com ações articuladas entre União, Estados, o Distrito Federal e os Municípios, além de ações não-governamentais. Há locais na cidade em que tanto o agressor quanto a vítima podem buscar apoio psicológico e social.

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