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Japão Viela 17 promete novidades e aposta em um disco mais dançante em 2019

Nascido em Ceilândia, Japão teve a paixão pelo breakdance e pela música em geral despertada a partir de um presente que ganhou da mãe, em 1980

Nascido em Ceilândia, em 1971, Japão Viela 17 tem a mesma idade da região administrativa que mais influenciou sua carreira. No começo dos anos 1980, a mãe do jovem lhe deu um vinil do rei da música pop mundial, Michael Jackson. A partir daí, surgiu o interesse do artista pelo breakdance e pela música em geral. Em 1987, quando começaram as modas dos melôs, o ceilandense conheceu as rimas e logo se apaixonou. Após conviver com o grupo Radicais do Peso, Japão resolveu fazer rap e nunca mais parou.

Ao completar 18 anos, de comum acordo com a mãe, Japão deu o veredito em casa: "quero cantar rap". Fundou seu primeiro grupo em 1989, batizado de Esquadrão MC;s. Em seguida, integrou o grupo do também rapper GOG, entre 1993 a 2000, com quem lançou quatro discos, videoclipes, se apresentou em grandes shows e consolidou sua carreira.

Em 2000, nasceu o grupo Viela 17, considerado um dos mais importantes do rap nacional. O nome é uma referência à quadra em que Japão sempre morou na Expansão do Setor O, QNO 17. Com quatro discos oficiais e um EP lançados, a produção ficava por conta de grandes nomes como DJ Raffa, responsável pela produção de ícones importantes do rap nacional, e Edi Rock, um dos integrantes do grupo Racionais MC;s.
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A primeira formação do Viela 17 contou com Mano Mix e Dino Black, que eram parceiros de Japão no grupo GOG. Em mais de 20 anos de estrada, foram muitas formações e participações especiais. Em 2001, lançaram seu primeiro álbum intitulado O Jogo. Já em 2004, com uma nova formação, lançaram o segundo disco, O Alheio Chora Seu Dono. Em 2008, Viela 17 lançou o sucesso Lá no Morro, com participações de artistas de vários estilos como MV Bill, Duckjay (Tribo Da Periferia), Lívia Cruz, GOG, Alexandre Carlo (Natiruts), Kiko Santana, entre outros. Em 2013 nasceu o último álbum de estúdio, com o nome 20 de 40.

Japão também tem em sua lista alguns projetos paralelos, como o Ceilândia G-Funk e, em 2009, iniciou um trabalho com jovens do Distrito Federal e arredores, quando lançou o CD Rap com Ciência, gravado em escolas do DF. O disco contou com a participação de 76 crianças e tem 16 faixas.

Em agosto de 2016, o rapper lançou seu primeiro DVD, Japão Viela 17 - 26 Anos de Rap Nacional, com distribuição pela gravadora Bagua Records. Daniela Mara, esposa de Japão, assina a parte executiva e artística, sendo responsável também pela produtora e selo musical Viela 17 Produções. A ideia de fazer o DVD foi dela. ;Ela começou a realizar os meus sonhos;, comenta o artista.


Futuro

Em 2018, Japão voltou com tudo. Cheio de ideias e projetos, o rapper lançou, esta semana, a mais nova música de trabalho chamada RAIX, que leva esse nome devido à sigla dada à Ceilândia ; Região Administrativa n; 9 - RA-IX. O single fará parte do novo álbum do cantor, intitulado Ceilândia 1971, que será lançado em 2019. Japão promete um álbum diferente de tudo que já foi lançado pelo Viela 17. "Eu fiz rap a minha vida toda pensando nas pessoas, na minha comunidade e dessa vez eu queria fazer um disco que eu pudesse falar que foi dedicado a mim, com muita particularidade, com as coisas que eu realmente gosto de ouvir", afirma o rapper que promete um disco bastante mesclado. O CD será dançante, com influências do G-Funk e P-Funk. "Eu quero ouvir uma música e lembrar dos anos 80, mas claro que com timbres atuais e uma levada de rap", explica.

Apesar de estar fazendo um álbum levado para os anos 80, Japão gosta do rap atual e acredita ter muita coisa boa na cena de hoje. ;Gosto muito do Emicida. Da galera de Brasília eu ouço quase todos. O Tribo da Periferia mesmo é um dos melhores. Eu acho o maior barato;, contou Japão.
Confira a entrevista na íntegra:
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* Estagiária sob supervisão de Anderson Costolli