Cidades

PM é suspeito de matar ex-namorada e atirar contra homem em Ceilândia

O criminoso assassinou a mulher com cinco tiros e, em seguida, tentou matar um amigo dela dentro de uma academia. Segundo familiares, o policial não aceitava o término do relacionamento

Sarah Peres - Especial para o Correio
postado em 04/05/2018 15:38
Policiais em frente à casa onde a mulher foi assassinada

Uma mulher foi assassinada na tarde desta sexta-feira (4/5), por volta das 14h, com cinco tiros, em Ceilândia. Um irmão e um primo da vítima relataram que o crime foi cometido por um policial militar, apontado como ex-namorado da vítima.
Segundo parentes, Jessyka Laynara Silva, 25 anos, era ex-namorada do PM, identificado como Ronan Rego, que não aceitava o fim do relacionamento. "Eles já haviam terminado algumas vezes ao longo do relacionamento. Ele a ameaçava, ia atrás dela em casas de familiares. Ele a vigiava. Ficava realmente na cola, ameaçando, dizendo que ia matá-la e não ficaria preso, pois é policial", conta Leonardo Silva, 35 anos, primo da vítima. Ela e o agressor mantiveram o relacionamento amoroso por aproximadamente seis anos.
Familiares contam que Ronan (E) perseguia Jessyka após o término do relacionamento O crime aconteceu na QNO 15. Pouco tempo depois, um homem, identificado como Pedro Henrique da Silva Torres, foi atingido por três disparos de arma de fogo no interior de uma academia na EQNO 2/4. Testemunhas alegam que o mesmo policial militar é autor dos disparos. De acordo com Eliane Maria da Silva Araújo, tia de Jessyka, Pedro Henrique era amigo dela. "A questão é que ele (Ronan) tinha ciúmes de tudo e de todos. Era em cima dela o tempo inteiro", afirma.
O homem, atingido no peito, na mão e de raspão na perna, foi socorrido e transportado ao Hospital Regional de Ceilândia, onde passou por cirurgia. O estado de saúde é considerado crítico, segundo o sargento Marcus Silva, do Corpo de Bombeiros.
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A caso é investigado pela 24; Delegacia de Polícia (Setor O - Ceilândia). O acusado de cometer os dois crimes ainda não foi localizado.
Em frente à casa onde Jessyka morava com os avós, o irmão e primos, a clima é de tristeza e de revolta. Familiares e amigos da vítima ainda não conseguem entender a tragédia. Na entrada da rua, uma viatura da polícia militar faz o bloqueio.
O pai de Jessyka chegou ao local por volta das 17h. Muito abalado e revoltado com o crime, gritava e precisou ser contido por familiares e amigos.

Violência contra a mulher

A Lei Maria da Penha, sancionada em agosto de 2006, prevê, além das medidas protetivas, que determinam o afastamento do agressor, ações educativas com o objetivo de prevenir casos de violência doméstica e contra a mulher. Especialistas destacam esse é o caminho para se alcançar, a longo prazo, a redução do número de mortes.

Professor Pedro Henrique Torres também foi atingido pelo militar A legislação traz uma sessão específica, dedicada a medidas integradas de prevenção, com ações articuladas entre União, Estados, o Distrito Federal e os Municípios, além de ações não-governamentais. A norma determina a "promoção e a realização de campanhas educativas de prevenção da violência doméstica e familiar contra a mulher, voltadas ao público escolar e à sociedade em geral, e a difusão desta Lei e dos instrumentos de proteção aos direitos humanos das mulheres". Há locais na cidade em que tanto o agressor quanto a vítima podem buscar apoio psicológico e social.

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