Sarah Peres - Especial para o Correio
postado em 03/05/2018 11:23
Agentes da Polícia Civil prenderam a terceira travesti acusada de participar do assassinato de Aghata Lios, 22 anos, morta a facadas dentro do depósito dos Correios, em Taguatinga Sul, por quatro pessoas. O crime aconteceu em 26 de janeiro do ano passado e, até o momento, três envolvidas estão presas e uma quarta, chamada Samira, continua foragida.
Os investigadores da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual ou contra Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin) localizaram Bruna, 21, em São Paulo, onde ela fazia programas no bairro Freguesia do Ó. Eles contaram com o apoio da Polícia Civil da capital paulista para efetuar a prisão, em 5 de março, onde ela permaneceu detida até esta semana, quando foi transferida para Brasília.
A delegada-adjunta da Decrin, Érica Luna conta que Bruna fugiu, primeiro, para Manaus (AM), sua terra natal, juntamente com Lorrane, 19, e Carol, 23, que também participaram do crime. Bruna havia deixado a cidade um mês antes de as duas colegas serem presas roubando.
Bruna já tem passagem por tentativa de homicídio, em São Paulo (SP). O crime foi registrado em 2016, quando ela tentou roubar um cliente durante um programa. Segundo a polícia, ele tinha muito dinheiro no bolso e Bruna o esfaqueou para roubá-lo. A vítima sobreviveu.
Sobre as motivações do assassinato de Aghata, a polícia aponta a disputa pelo ponto de prostituição na região da fábrica da Coca-Cola, localizada em Taguatinga Sul. "Antes de ser morta, Aghata recebeu várias ameaças das travestis envolvidas no crime. Contudo, insistiu em permanecer na região", esclarece.
Quanto a Samira, a suspeita é a de que ela está morando em Goiânia com um companheiro. A Decrin divulgou imagem dela pede a quem tiver informações que denuncie à polícia, por meio do telefone 197. A pessoa não precisa se identificar.
Relembre o caso
Aghata Lios foi brutalmente assassinada dentro da central de distribuição dos Correios e Telégrafos, em Taguatinga Sul. O crime foi registado pelas câmeras de segurança dos Correios. Após esfaquear a vítima, as quatro travestis fugiram do local.
O inquérito que apura a morte de Aghta foi o primeiro no Distrito Federal a trazer impresso na capa o nome social da vítima, e não o de registro.