A lotérica estava no nome de dois "laranjas", Pedro Henrique Costa Augusto e Antônio Rubens Ferreira, que também foram presos durante a operação. Além das notas promissórias, uma conversa gravada entre os suspeitos aponta que 55% do estabelecimento pertencem ao padre. O MP ouve hoje os sacerdotes suspeitos de desviar recursos de fiéis.
De acordo com promotor à frente das investigações, Douglas Chegury, da 5; Promotoria de Justiça de Formosa, a lotérica custou R$ 500 mil. "Parte do valor foi pago em dinheiro e o restante foi debitado em notas promissórias", afirma. Chegury aponta que os documentos no nome de Moacyr foram encontrados dentro do estabelecimento, o que reforça a participação dele na compra.
O promotor conta que os laranjas eram conhecidos por serem frequentadores da igreja. "Eles eram coroinhas e sempre foram próximos dos religiosos", relata. Além da casa lotérica, os outros suspeitos de envolvimento no escândalo tinham uma fazenda, relógios de marca e dinheiro em espécie.
Desvio antes de 2015
[SAIBAMAIS]O MPGO investiga se o desvio do dinheiro da igreja começou antes de 2015. Uma das provas encontradas durante a apuração do órgão, são as promissórias da compra da lotérica. Elas são de novembro de 2014 e seriam debitadas ao longo de 2015. Isso indica que crime começou a ser praticado antes do que foi apontado anteriormente.Além disso, o relatório contábil de 2015 da igreja fechou com deficit de R$ 200 mil. Um documento assinado pelo bispo José Ronaldo e pelo padre Moacir aponta que ambos sabiam dessa quebra de caixa. A suspeita é de que esse dinheiro teria sido investido na compra da lotérica.