Walder Galvão - Especial para o Correio
postado em 16/03/2018 11:46
O Aterro do Jóquei, conhecido como Lixão da Estrutural, continua recebendo resíduos, apesar de estar fechado desde 20 de janeiro deste ano. Desde então, o depósito de lixo a céu aberto deveria receber apenas material da construção civil. E não é só isso.
O Aterro Sanitário de Brasília, localizado entre Samambaia e Ceilândia, também opera com irregularidades. Um grupo de fiscalização interinstitucional do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT,) do Trabalho (MPT) e de Contas (MPC/DF), além da de Defensoria Pública realizaram a fiscalização e constararam as falhas.
Segundo o MP, o aterro de Samambaia deveria receber apenas o lixo doméstico. No entanto, o grupo de fiscalização encontrou material reciclável misturado aos resíduos orgânicos. As visitorias foram realizadas nos dias 2 e 14 deste mês.
Galpões de Triagem
Os galpões de triagem, onde os cerca de 2 mil catadores no Lixão passariam a trabalhar, também apresentam irregularidades. No da Estrutural, os profissionais não têm uniforme, nem equipamentos de proteção individual. Além disso, as esteiras não funcionam e não há prensa.
A procuradora distrital dos Direitos do Cidadão, Maria Rosynete de Olveira, ressalta que os trabalhadores foram tirados de condições não adequadas, mas continuam da mesma forma. De acordo com o MPDFT, o objetivo da fiscalização é fazer com que a situação dos resíduos sólidos seja normalizada em relação à correta destinação e à inserção do catador no processo econômico.
O diretor técnico do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), Paulo Celso dos Reis, afirma que a entrada de materiais irregulares no Lixão e no Aterro se deve a mistura dos resíduos na hora do transporte. "Nenhum caminhão do SLU transporta resíduos domiciliares ao Lixão, nem materiais recicláveis ao Aterro", frisa. Em relação aos catadores sem equipamento necessário, Paulo afirma que não são todos que estão sem a aparelhagem, mas que a situação será regularizada em até seis meses.