Suspeitas da família de que o motorista Luis Cláudio Rodrigues, 48 anos, teria sido assassinado dentro da delegacia de Sobradinho deram início às apurações. ;Os laudos que o doutor Vanrell traz à tona são muito graves. Falamos de uma série de erros, seja por cumplicidade, seja por omissão. Estão silenciando casos de mortes em delegacias sob o manto de um eventual suicídio das vítimas;, afirma a deputada Erika Kokay (PT-DF), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.
A morte de Luis Cláudio aconteceu em julho de 2017. Um bilhete acusou o suposto suicídio, mas a família questionou a hipótese. Por isso, a comissão realizou diligência e iniciou um procedimento para acompanhar os desdobramentos do caso, promovendo reuniões com autoridades e ouvindo depoimentos de parentes da vítima. A Comissão de Direitos Humanos da Câmara, então, solicitou à Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social do DF todos os laudos periciais referentes a mortes em delegacias da capital nos últimos cinco anos. Foram descobertos mais quatro mortes com razões inconclusivas.
;Cheguei à conclusão de que quatro deles permitem supor outras possibilidades para a causa da morte. A situação é complicada, ainda mais se tratando de presos sob custódia do Estado;, explicou Jorge Vanrell, também perito independente do Grupo Multidisciplinar para Prevenção da Tortura e da Violência Institucional ligado à Secretaria de Direitos Humanos do governo federal. O colegiado pretende acionar o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT).
Inestimável
A Polícia Civil do DF alegou que as perícias produzidas se submetem a análises do Judiciário e do MPDFT. Também é previsto, por meio de autorização judicial, a inclusão de assistentes técnicos para questionar as conclusões dos peritos oficiais. ;O Departamento de Polícia Técnica presta serviços inestimáveis à população do DF (e de outras unidades federativas) e, ao longo de sua existência, tem seu trabalho respeitado em todo o país e, também, no exterior;, informou.