Walder Galvão - Especial para o Correio
postado em 07/03/2018 13:30
O racionamento provocado pela crise hídrica fez com que os moradores do Distrito Federal reduzissem o consumo de água, apontam dados da Companhia de Saneamento Ambiental (Caesb). Os brasilienses, no entanto, continuam usando o recurso em nível acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e de forma muito desigual, com o consumo em áreas nobres muito mais alto que o das cidades com renda mais baixa.
Enquanto em 2016, a média no Distrito Federal era de 147 litros por habitante a cada dia (l/hab/dia), em 2017, esse índice caiu para 129l/hab/dia, uma queda de 12,2%. Mas o valor recomendado pela OMS é de 110l/hab/dia.
A desigualdade no uso, por sua vez, continua gritante. O Lago Sul, apesar de uma queda no consumo acima da média ; de 16,2%, saindo de 437l/hab/dia em 2016 para 366l/hab/dia em 2017 ;, segue como um dos campeões do desperdício.
Essa média de consumo no bairro registrada no ano passado é mais de seis vezes superior à observada nas regiões que menos gastaram: Fercal (55l/hab/dia), Itapoã (57l/hab/dia) e Estrutural/SCIA (58l/hab/dia).
Chama a atenção ainda nos dados o consumo no Setor de Indústria e Abastecimento (SAI): 1.161l/hab/dia. De acordo com a Caesb, a grande quantidade de comércios e indústrias explica o alto índice. De 2016 a 2017, a única área que teve aumento no consumo foi o Paranoá, de 111l/hab/dia para 139l/hab/dia.
Melhora no abastecimento
Com as intensas chuvas da cidade, os níveis dos reservatórios começaram a melhorar. De acordo com a medição divulgada nesta quarta-feira (7/3) pela Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do DF (Adasa), a Barragem do descoberto está com 59,4% da capacidade total e a da Santa Maria, com 43,3%.
Com o resultado positivo, . A Adasa autorizou a Companhia de Saneamento Ambiental (Caesb) a aumentar a vazão média mensal captada da barragem para até 3,3 mil litros por segundo, acima dos 3,1l/s permitidos anteriormente.