Jornal Correio Braziliense

Cidades

Greve dos vigilantes continua; bancos, parques e hospitais são atingidos

Trabalhadores pedem reajuste de 7% nos salários, aumento do tíquete-alimentação e manutenção das cláusulas sociais. Greve não tem data para acabar

A greve dos vigilantes, iniciada nesta quarta-feira (28/2), atingiu diversos setores do serviço público do Distrito Federal. Bancos, hospitais e parque ecológicos tiveram o funcionamento alterado nesta quinta-feira (1;/3). Os trabalhadores pedem reajuste de 7% dos salários, aumento do tíquete-alimentação e manutenção das cláusulas sociais, como seguro de vida e plano de saúde.
Uma reunião entre o Sindicato dos Vigilantes do Distrito Federal (Sindesv-DF) e os trabalhadores está marcada para a noite desta quinta-feira (1/3). "A tendência é de que vamos manter a greve, sem previsão para acabar", adiantou o sindicato, em nota.
A Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag) reconhece que o trabalho da categoria envolve proteção ao patrimônio público do DF. "As empresas já foram notificadas para solucionar os problemas, normalizar a prestação dos serviços e garantir a segurança das pessoas e do patrimônio", ressalta o órgão. A pasta também afirma que as unidades que recebem vigilância foram orientadas a diminuir a entrada de visitantes externos ou permanecerem fechadas.
Já o Sindicato das Empresas de Segurança e Vigilância do Distrito Federal (Sindesp-DF) divulgou nota em que diz ter esgotado todas as possibilidades de negociação com a categoria. "Ao contrário do que alega o sindicato laboral, as empresas não querem acabar, em momento algum, com o plano de saúde, auxílio odontológico e fundo de indenização decorrente de aposentadoria por invalidez por doença de qualquer natureza. A intenção é ter mais transparência, prestação de contas e adequação ao valor de mercado em cada um destes itens supracitados", defende o texto.

Obediência a percentual mínimo

A Secretaria de Saúde solicitou que as empresas garantissem que o percentual mínimo de 30% dos vigilantes fosse mantido nos hospitais. Além disso, foi solicitado apoio à Polícia Militar para manter a segurança dos locais. Os hospitais de Ceilândia, Taguatinga, Samambaia, Região Leste (antigo Paranoá), Sobradinho, Planaltina, Asa Norte, Santa Maria e o Hospital de Base suspenderam as visitas aos pacientes internados.
No entanto, os diretores do Base decidiram reduzir a quantidade de pessoas para realizarem as visitas. O número passou de cinco para um. A dona de casa Maria Rosa Rodrigues, 55 anos, saiu do Riacho Fundo 2, para visitar a irmã, que está em coma, mas não conseguiu entrar. "Ela está assim há um ano. Vim com o marido dela, mas só ele conseguiu ir ao leito. A gente fica apreensivo, esse tipo de situação não deveria afetar a população. Deveria ser resolvido entre o governo, as empresas e os vigilantes", critica.
Os parques e unidades de conservação, administrados pelo Instituto Brasília Ambiental (Ibram), também permanecem fechado durante a greve. O órgão reforça que a medida é para garantir a segurança dos frequentadores, preservar o uso adequado do espaço e assegurar a integridade da fauna e flora, além de manter a conservação do patrimônio público.