A Polícia Civil conseguiu identificar o suspeito de ter baleado a menina Sther Lais Reis, 3 anos, enquanto ela andava de bicicleta na Quadra 206 de Santa Maria. Mandado de prisão foi expedido contra o provável autor dos disparos, mas ele está foragido. De acordo com a investigação, é um homem de 18 anos.
No sábado de carnaval, ao atirar contra um Gol branco, que trafegava pela rua com três ocupantes, ele teria acertado a cabeça da criança, que teve de passar por cirurgia no Hospital de Base. Segundo a família, o quadro de saúde dela é estável.
Durante a semana, outra pessoa havia sido apontada como possível autora dos disparos. Ele foi encaminhado à delegacia para prestar depoimento e realizou o exame residuográfico (para identificar a presença de pólvora). O resultado sai em até 30 dias. Porém, após coletar novos depoimentos e com a reconstituição do crime, realizada na sexta-feira (16), os investigadores descartaram esse suspeito.
Segundo o delegado-chefe da 33; Delegacia de Polícia (Santa Maria), Rodrigo Telho, uma testemunha informou à Polícia Militar que o tiroteio começou com os dois ocupantes do Gol branco. Durante a coleta dos depoimentos, os passageiros do carro informaram que o suspeito não estava no veículo no dia do ocorrido. "Eles relataram que saíram de uma festa e passaram pela rua quando começaram a ser alvejados", disse o delegado Rodrigo Telho.
A partir das novas evidências, a investigação tomou um curso diferente. "Começamos a perceber certas aberturas no depoimento dessa suposta testemunha. Ela havia dito que os tiros saíram do carro, mas as marcas mostram que o veículo é que foi alvejado. No decorrer da investigação, descobrimos que essa testemunha é namorada do acusado e que estava tentando protegê-lo", afirma.
Telho explica que a reconstituição foi realizada para entender a dinâmica do crime e saber se a bala que atingiu a menina realmente saiu do revólver do novo suspeito, que é vizinho da vítima. "Ele estava no portão de casa e começou a tirar contra o carro, que acelerou para escapar. Com isso, a criança ficou na mira do acusado e, pela marca da bala no portão, do lado oposto onde o possível atirador estava, mostra que o tiro veio da arma dele. Mas o resultado da perícia vai confirmar, com precisão, a trajetória da bala", detalhou o delegado.
Uma bala foi coletada durante a reconstituição do crime. A polícia vai comparar o projétil com o retirado da cabeça de Sther, na cirurgia, para fechar a investigação quanto à identificação do suspeito.