Começam hoje as obras de reparo do subsolo do Bloco C da 210 Norte, onde, domingo, uma laje desabou e destruiu 25 veículos. Ontem, os moradores tentavam voltar à normalidade. A primeira noite foi difícil. Alguns optaram por dormir na casa de parentes e amigos, enquanto outros preferiram permanecer nos apartamentos e enfrentar a falta de água, gás, internet e acesso aos banheiros. A Companhia Energética de Brasília (CEB) fez testes para identificar se havia riscos de acidentes elétricos e, após nada detectar, liberou a energia às 16h de domingo, mas os elevadores seguem interditados por medida de segurança.
A orientação dada pelo condomínio era de não usar os encanamentos do prédio ; com o acidente, a tubulação se rompeu. Os moradores recorreram a vizinhos, que ofereceram os banheiros das residências. Para corrigir esse problema, o restabelecimento da instalação hidráulica foi definido como prioridade.
O Bloco C da 210 Norte, segundo o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Distrito Federal (CAU/DF) está sem registro de responsabilidade técnica (RRT) desde 2012 e não há Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) antes deste ano. O dono da construtora responsável por realizar o reparo no prédio, Junior Cipriano, afirma que a empresa que fará os reparos é a mesma que estava conduzindo a revitalização da fachada. Segundo o CAU/DF, também não existe RRT para este projeto. Inicialmente, a pedido da Defesa Civil, os operários isolaram a edificação com tapumes.
[SAIBAMAIS];Estamos esperando uma autorização da Defesa Civil para começar a obra. Colocamos as devidas proteções e o acesso provisório à rede de esgoto;, ressaltou Cipriano. O empreiteiro contou que ocorreu uma reunião na tarde de ontem para discutir o prejuízo do acidente, no entanto, o diálogo permanece aberto.
O condomínio acionará o seguro. A expectativa é de que a empresa seguradora custeie boa parte do conserto. No entanto, não se sabe o total do prejuízo nem quanto custará a obra pra recuperar o estacionamento. Com 48 apartamentos e cerca de 200 moradores, o prédio nunca havia registrado problemas estruturais.
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Prejuízos
Morador há nove meses do Bloco C, Diogo Lima, 36 anos, disse ter vivido uma noite difícil. ;Se os problemas com a tubulação não forem resolvidos logo, irei para casa de parentes;, comentou. O funcionário público foi um dos que teve o carro atingido pelo desabamento. Em uma das vagas, ele estacionou um Renault Duster. O prejuízo estimado é de R$ 50 mil.
Uma das exigências do seguro veicular da dentista Maria Clara de Aguiar, 37 anos, é que ela esteja com ocorrência policial. O Fox dela ficou totalmente destruído. O veículo pertencia à mãe de Maria Clara e a dentista o usava temporariamente. ;Agora é ver o que pode ser feito para recuperar o prejuízo;, relatou.
Um profissional que mora no prédio vai trabalhar nas obras de reparo. O engenheiro Ronaldo Evangelista aguarda as orientações da empresa contratada e fazer o laudo pericial para dar prosseguimento ao projeto de recuperação do local. ;Só depois vamos saber os prazos e como será desenvolvida a retirada das carcaças dos carros;, observou.
;Foi feita a impermeabilização da laje da garagem há menos de sete meses;, contou a dentista Carine Castro, que mora há oito anos no imóvel. ;Não tinha trinco ou goteira naquela laje;, apontou.
Memória
2001
Uma pilastra de um prédio no bloco H da 306 Norte rompeu e a estrutura do imóvel precisou ser escorada por madeira. As 24 famílias que moravam no edifício tiveram 15 minutos para pegar os pertences e abandonarem o prédio. Eles passaram duas semanas fora do prédio, enquanto foram feitas reformas para fortalecer as estruturas de sustentamento do imóvel.
1983
A laje de concreto de uma garagem do Bloco K da 316 Norte desabou no meio da noite (foto). Três carros foram destruídos, mas não houve vítimas. Segundo a construtora da obra, a Encol, o acidente ocorreu devido a chuva e o volume excessivo de terra que se acumulou em cima da laje da garagem. Como na época a Asa Norte estava em plena urbanização, as máquinas de terraplanagem que passaram por cima da laje também contribuíram com a queda na resistência das estruturas.
A laje de concreto de uma garagem do Bloco K da 316 Norte desabou no meio da noite (foto). Três carros foram destruídos, mas não houve vítimas. Segundo a construtora da obra, a Encol, o acidente ocorreu devido a chuva e o volume excessivo de terra que se acumulou em cima da laje da garagem. Como na época a Asa Norte estava em plena urbanização, as máquinas de terraplanagem que passaram por cima da laje também contribuíram com a queda na resistência das estruturas.
1982
Fendas apareceram nas paredes externas e internas de um prédio do Bloco E da SQN 313, o que tornou necessário uma reforma na estrutura. O empreendimento era do Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP), extinto órgão público do governo federal, Segundo engenheiros, os problemas na ocorreram porque o bloco foi construído em cima de um lençol d;água.