O crime aconteceu por volta de meio-dia de sexta-feira (19/1). Pressionado pela filha de Isa Mara e na tentativa de disfarçar o ocorrido, Alessandro foi à 33; Delegacia de Polícia (Santa Maria) para comunicar o desaparecimento da mulher. Lá, a polícia solicitou que a residência do casal fosse avaliada pela perícia. Depois de os agentes encontrarem manchas de sangue removidas com produtos de limpeza, Alessandro foi interrogado. Ele confessou o crime e levou os policiais até o local onde o corpo tinha sido queimado. Os agentes encontraram restos de um cobertor, mas o corpo da vítima não estava mais no local.
"O crime foi muito bem planejado. A filha disse que a mãe pensava em se separar dele (Alessandro). A vítima era proprietária do imóvel em que eles moravam e praticamente mantinha a casa. A conclusão a que chegamos com base nas investigações preliminares é de que ele planejou a morte para ficar com os bens e a pensão dela", conta o delegado-chefe da 33; DP, Rodrigo Corrêa.
Após matar Isa, Alessandro teria ligado para um pastor conhecido da família e pedido para ser levado ao hospital porque estava com dores na coluna. De acordo com Rodrigo Corrêa, é provável que o suspeito tenha feito isso para criar um álibi. "Ele pediu carona ao pastor, conhecido da família há mais de 15 anos, para ir ao hospital porque estava com muitas dores na coluna e saiu de muletas da residência (do casal). Depois de ser atendido na unidade de saúde, ele contou ao pastor que tomou morfina. A ideia dele era usar isso como justificativa para dizer que não estaria em condições de cometer um crime", afirma o delegado.
Ainda segundo Rodrigo Corrêa, a Polícia Civil de Goiás confirmou que um corpo teria sido encontrado próximo à BR-060 na última sexta-feira. "Ele (Alessandro) deixou o corpo antes de um pedágio da rodovia. Ele chegou a fazer um retorno na estrada porque, se passasse pelo pedágio, as câmeras iam registrá-lo", explica.
Rodrigo Corrêa conta que as investigações estão em fase conclusiva. Alessandro está preso. Ele deve responder pelos crimes de feminicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver. A pena pode chegar a 33 anos de prisão.
*Estagiária sob supervisão de Margareth Lourenço (Especial para o Correio)
*Estagiária sob supervisão de Margareth Lourenço (Especial para o Correio)